A morte de mais de 200 peixes de diversas espécies na Lagoa da Pinguela, às margens da BR-101, entre Osório e Maquiné, pode ter sido causada pelo uso de veneno na capina química realizada às margens da rodovia. Esta é a principal hipótese investigada pela Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) e pela Patrulha Ambiental (Patram) da Brigada Militar.
Após registros em fotos e vídeos, feitos pelos moradores da região da lagoa, mostrando os peixes mortos, policiais ambientais e técnicos da Fepam estiveram no local nessa terça-feira (12). Ele coletaram amostras dos animais que serão submetidas a exames de laboratório para identificar a causa da morte.
A equipe também realizou vistoria às margens da BR-101. Segundo a Patram, foram encontrados vestígios de capina química, principalmente no sistema do esgoto pluvial e escoamento da pista, que deságua na lagoa. Os policiais lavraram uma notificação ambiental para a concessionária CCR ViaSul para que apresente as licenças ambientais referentes à conservação e manutenção da rodovia.
A concessionária informou que ainda não recebeu nenhuma notificação. Em nota, a CCR ViaSul confirmou que utiliza o herbicida Glifosato, que tem o efeito de retardar o crescimento da vegetação, na faixa de domínio das rodovias que estão sob a sua administração.
Segundo a empresa, esse herbicida possui a classe toxicológica III, de concentração baixa, e sua aplicação está autorizada pelo IBAMA. “A CCR ViaSul entende que a utilização do produto não pode ser associada aos fatos relatados”, conclui o texto.
Na manhã desta quarta-feira (13), o analista ambiental da Fepam, Diego Hoffmeister, disse que a legislação do Rio Grande do Sul não permite o uso de veneno na capina de rodovias. A declaração foi feita à Rádio Osório. Ele também informou que está descartada a hipótese de que a falta oxigênio na água, causada pela poluição possa ter causado a morte dos peixes.