Uma baleia da espécie jubarte encalhou morta na beira da praia de Xangri-Lá. Pessoas que passavam pela orla, no início da manhã desta quarta-feira (04), avistaram o animal e acionaram a Patrulha Ambiental (Patram).
A carcaça da baleia está a poucos metros da plataforma marítima do município. Os policiais da Patram seguiram para o local. Eles acionaram o Centro de Estudos Costeiros, Lminológicos e Marinhos (Ceclimar) do Campus Litoral Norte da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
Conforme do médico veterinário e pesquisador do Ceclimar, Derek Blaese, a Patram encaminhou imagens aos pesquisadores e relatou que a baleia encalhada tem aproximadamente 9 metros de comprimento, o que indica se tratar de um animal jovem. Ele confirmou ser uma jubarte.
“É um Jubarte, Megaptera novaeangliae, um animal nos seus primeiros anos de vida. Não dá pra ver o sexo, a língua está inchada, isso é um sinal de decomposição, já está sem um pedaço da pele também”, relatou Derek, com base nas imagens. Segundo ele, não será realizada a necropsia e o animal deve ser enterrado.
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A espécie
A Jubarte pode chegar a 16 metros de comprimento. Também conhecida como baleia corcunda, devido ao formato típico de sua nadadeira dorsal, a espécie possui grandes e marcantes nadadeiras peitorais que podem chegar a um terço do comprimento de seu corpo.
Segundo o portal Fauna Digital da UFRGS, ela é conhecida também por suas vocalizações: “As jubartes podem comunicar-se por horas em épocas de acasalamento. Sua dieta baseia-se em krill e pequenos peixes, através de um complexo sistema de cerdas em sua boca que filtram a água engolfada do mar com o alimento”.
As jubartes podem ser visualizadas ao longo de toda a costa brasileira durante a migração, no período de junho a novembro. Os avistamentos acontecem principalmente na região de Abrolhos, sul da Bahia, um importante berçário da espécie no Brasil.
O Instituto Baleia Jubarte aponta a recuperação da população brasileira desses mamíferos marinhos, estimada em 25 mil animais na temporada 2022. O número é comparável ao total existente há 200 anos, quando a população estava entre 27 mil e 30 mil mamíferos da espécie em águas brasileiras.