Uma profissional do SAMU de Tramandaí foi vítima de racismo durante um atendimento. As ofensas partiram de uma paciente. Enquanto estava dentro da ambulância, a mulher disse “essa preta nojenta não vai colocar a mão em mim”, entre outras agressões verbais, conforme apurado pelo Litoral na Rede junto a coordenação do serviço no município e à Brigada Militar (BM).
Segundo relato da vítima, ela ainda foi chamada de suja e nojenta e a mulher também afirmou “negro tem que morrer”. O caso aconteceu no início da tarde dessa segunda-feira (20).
A equipe do SAMU foi acionada pela Central de Regulação para um atendimento na Rua Claiton Hoffmeister, no bairro Indianópolis. A informação era de que uma mulher estava em surto e, por isso, foi solicitado o apoio da BM.
Quando os policiais chegaram, a mulher já estava dentro da ambulância e reagia à tentativa de imobilização pelos técnicos de enfermagem. Um dos soldados tentou auxiliar e acabou sendo arranhado pela paciente, que precisou ser algemada.
Foi durante o deslocamento para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA), que a mulher fez as declarações racistas contra a técnica de enfermagem. De acordo com a BM, ela também falou diversas palavras de baixo calão para os policiais e, reiteradamente, desacatou os militares.
De acordo com a BM, após ser liberada da UPA, a mulher foi apresentada na Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento de Tramandaí e autuada em flagrante por injúria racial, lesão corporal e desacato. O Litoral na Rede entrou em contato com a Polícia Civil para obter informações sobre o encaminhamento do caso, mas não houve retorno até a publicação desta reportagem.
A coordenadora do SAMU de Tramandaí, enfermeira Rosane Maria Dresch, disse ao Litoral na Rede que a servidora ficou muito abalada com as agressões racistas. “Nossa funcionária é muito competente, muito experiente e estava psicologicamente abalada”, contou ao lamentar as agressões.
A enfermeira salientou que situações de desrespeito aos profissionais do SAMU ocorrem com certa frequência. “Não é só neste atendimento que a gente é maltratado, já teve servidor que teve o macacão rasgado”, recordou.
A coordenadora do SAMU de Tramandaí destacou ainda que toda a equipe é altamente qualificada. “Nós estamos na rua de segunda a segunda, sempre na linha de frente. Nós precisamos de mais humanismo, ser tratados de forma mais humana”, solicitou.