A permanência num hospital, seja por um curto período ou por um longo tempo, é uma experiência difícil tanto para pacientes quanto para familiares. Foi nessa situação que a professora de canto Andreia Flores Santos, que ficou cerca de três meses no Hospital Tramandaí (HT) acompanhando o marido que estava internado, idealizou a criação de uma biblioteca dentro da unidade hospitalar como forma de estimular a leitura como uma espécie de passatempo. O espaço foi inaugurado oficialmente nesta sexta-feira (16).
Por conta da internação de seu esposo, o professor de violão Gerson Luiz Hubner, Andreia percebeu a importância de transformar a então ideia em realidade. Foi então que sugeriu à gerência da Fundação Hospitalar Getúlio Vargas (FHGV) a organização do local que com diversas opções de livros para todos os gostos.
“Nós explicamos à Gerência do hospital o projeto de juntar o bem-estar e a saúde mental dos pacientes e seus acompanhantes através de uma atividade que não necessita de muito esforço e mantém a mente em atividade. Depois de ter um retorno positivo para a criação da biblioteca, foram realizadas campanhas internas e externas de arrecadação de livros para encher as prateleiras. Graças a Deus, conseguimos bastante doações. Fiquei muito feliz disso ter sido possível, pois um livro, uma boa leitura, faz a gente sair um pouco desse ambiente dos problemas da doença”, celebrou a professora e idealizadora do espaço.
A inauguração da Biblioteca Solidária foi acompanhada pelos idealizadores e por funcionários da FHGV, da Gerência Hospitalar, além de doadores de livros, já que Andreia iniciou uma campanha em suas redes sociais para incentivar a doação. O ato contou ainda com uma apresentação voluntária de violão e saxofone do técnico em radiologia Gilmar de Freitas Gaspar, que é servidor do HT.
O HT organizou a Biblioteca Solidária através do Instituto de Ensino e Pesquisa da FHGV. O espaço, que conta com cerca de 250 livros, funcionará diariamente, sem fechar, já que fica em uma área permanentemente aberta do hospital. Para o gerente administrativo da instituição, Roger Esteves, a população litorânea é muito solidária e engajada com as campanhas da casa hospitalar.
“O conforto e o bem-estar dos pacientes e dos seus acompanhantes é sempre uma preocupação dos gestores e das equipes que atuam em nosso hospital. Por isso, boas ideias são sempre bem-vindas, e quando podemos, as colocamos em prática”, afirmou Esteves. Além de pacientes, familiares e acompanhantes, os livros também podem ser lidos pelos trabalhadores da unidade hospitalar.
Doações de livros
No ato de inauguração, o escritor, vice-presidente da Academia de Escritores do Litoral Norte Gaúcho e presidente do Conselho Municipal de Cultura, Gabriel Fernandes, doou uma de suas próprias obras “Flanar dos Passos”, entre outros livros. A estagiária de jornalismo da Fundação, Karolina Kraemer, doou mais de 30 títulos, entre eles “Game of Thrones”, de George Martin, “O tempo e o vento”, de Érico Veríssimo, e “O menino do pijama listrado”, de John Boyne, além de toda a coleção de “Academia de Vampiros”, de Richelle Mead.
“Às vezes a gente tem livros que já leu e que acabamos guardando em casa sem abri-los. Não faz sentido. Doei também obras que me desinteressei pela leitura depois de adquiridas”, revelou Karolina.
De acordo com a assessoria de comunicação da instituição, apesar de todas as doações recebidas, o espaço não conta com livros infantis. Quem tiver interesse em doar obras deste e de outros segmentos ao HT pode entrar em contato com a administração do hospital através do telefone (51) 3684-0300.