Um tradicional ponto de encontro de moradores e veranistas de Cidreira pode, em breve, deixar de existir. Por solicitação do Ministério Público Federal (MPF), a Justiça Federal determinou a demolição do Bar Azul, localizado na beira-mar da cidade. Contrário à decisão, um grupo de frequentadores do local realizou um abraço coletivo à estrutura na manhã deste sábado (11).
Na alegação da ação civil pública ajuizada contra o município, o proprietário e um antigo locatário do espaço, que tem aproximadamente 334 metros quadrados, o MPF diz que a estrutura está instalada irregularmente em uma área de preservação permanente (APP), sobre dunas frontais e sem licenciamento ambiental. Atualmente, o local abriga um restaurante.
Os réus acabaram recorrendo da decisão, mas o Supremo Tribunal Federal (STF), em última instância, deferiu o pedido do MPF, que peticiou no começo do mês pedindo que a sentença de demolição fosse cumprida.
Segundo Mauro Doebber, corretor de seguros e um dos organizadores da manifestação, cerca de 200 pessoas participaram do ato deste sábado no Bar Azul. À reportagem do Litoral na Rede, ele comentou que o espaço tornou-se um ponto de encontro para disputa de torneios de futebol de areia e questionou a decisão da Justiça, dizendo que “se for para fazer assim, tem que mudar toda a orla de Cidreira”.
“A gente tem um sentimento muito forte em relação ao Bar Azul. É um abraço para mostrar isso. É um local quase centenário. Tenho 64 anos, uma história aqui, e vendo ele ali [podendo ser demolido] me vem um sentimento de tristeza”, afirmou Doebber. “Esperamos que a gente consiga atingir nossos objetivos. Hoje, acho que só quem pode nos salvar são os políticos. Esperamos sensibilizar alguém que possa fazer alguma coisa”, disse Doebber.