A gripe aviária já provocou a morte de 670 mamíferos aquáticos no Litoral do Rio Grande do Sul. Este é o balanço mais recente, referente a lobos-marinhos e leões-marinhos, contabilizado pelo governo do Estado.
O reforço das ações e orientações para evitar a propagação do vírus foi tema de uma reunião entre o vice-governador Gabriel Souza, prefeitos e secretários de municípios do Litoral gaúcho. O encontro aconteceu nessa terça-feira (07), em Porto Alegre.
“O governo do Estado está em alerta, comunicando ações de prevenção e de controle dos casos registrados no litoral gaúcho. Nosso principal objetivo é, em conjunto, orientar a população corretamente e reduzir a disseminação da doença, especialmente neste período em que nos aproximamos da temporada de veraneio e de alta ocupação das praias”, explicou o vice-governador.
Representantes de Imbé, Tavares, Mostardas, Terra de Areia, Osório, Xangri-lá, Arroio do Sal, Torres, Balneário Pinhal, Palmares do Sul e Rio Grande participaram do encontro, que teve também a presença de equipes da Casa Civil e das secretarias da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema), da Saúde (SES) e de Comunicação (Secom).
Os gestores municipais relataram que tem sido observada uma progressiva queda no número de mamíferos encontrados mortos na beira-mar, que pode ter relação com a tendência de migração dos animais, conforme explicou o titular adjunto da Sema, Marcelo Rosa.
O prefeito de Mostardas, Moisés Pedone, informou que na orla do município já foram encontrados 88 animais mortos. Na cidade, o trabalho de monitoramento e enterro dos bichos mortos é realizado pelas secretarias do Meio Ambiente e de Obras e pelo ICMBio, que faz a gestão do Parque Nacional da Lagoa do Peixe. “. A tendência é diminuir nos próximos dias, pelo menos a curva está demonstrando isso. Mas seguimos monitorando”, projetou o prefeito.
O diretor adjunto do Departamento de Vigilância e Defesa Sanitária Animal da Seapi, Francisco Lopes, relatou que o Serviço Veterinário Oficial tem atendido todas as notificações e publicou a Nota Técnica 10/2023, com orientações para a população em geral e medidas de biossegurança, como sequência de colocação e retirada de equipamentos, recolhimento e destinação de carcaças e desinfecção.
“Além disso, estamos disponibilizando equipamentos de proteção individual e materiais de desinfecção das máquinas para os servidores municipais que estão atuando no enterro dos animais”, acrescentou Lopes.
Recomendações
- Não se aproximar ou tentar socorrer animais feridos ou doentes;
- Não se aproximar de animais mortos;
- Evitar circular com cães, gatos ou outros animais domésticos na beira da praia.
- Ao encontrar animais mortos ou doentes nas praias, notificar as autoridades locais ou os órgãos do Estado pelo WhatsApp: Seapi – (51) 98445-2033 e Sema – (51) 98593-1288.
Os órgãos também alertam que não há risco no consumo de alimentos cozidos ou industrializados derivados de ovos e aves. Além disso, não há registro, no Estado, de influenza aviária em granjas avícolas nem em criações de aves para subsistência.
Gripe aviária no RS
O Estado tem hoje quatro focos de influenza em aberto, registrados nos municípios de Rio Grande, Santa Vitória do Palmar e Torres (em mamíferos aquáticos) e em São José do Norte (em ave silvestre). Outro foco foi detectado, em maio, na Reserva do Taim, também em aves silvestres, o qual foi encerrado após as análises das coletas de evidências epidemiológicas terem sido negativas.
O protocolo adotado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária indica que, no momento em que uma espécie apresenta laudo positivo para a gripe aviária, animais da mesma espécie encontrados doentes ou mortos devem ser tratados como casos positivos da enfermidade, sem necessidade de coleta de amostras e exame diagnóstico.
Até o momento, as seguintes espécies apresentaram laudo positivo para a gripe aviária em território gaúcho: cisne-de-pescoço-preto, trinta-réis-real, lobo-marinho e leão-marinho.