O governo do Estado decidiu antecipar a vigência do mapa da 43ª rodada do Distanciamento Controlado para sábado (27) e colocou todo o Rio Grande do Sul em bandeira preta, nível mais grave do sistema gaúcho de enfrentamento à pandemia. A medida foi anunciada pelo governador Eduardo Leite, após a reunião com os prefeitos, onde ficou definido pela a suspensão temporária do sistema de cogestão. Além disso, a suspensão geral das atividades entre 20h e 5h seguirá em vigor.
As medidas foram adotadas devido ao crescimento de contágio do coronavírus e do pico de internações em leitos hospitalares desde o início da pandemia, o que já levou ao esgotamento de UTIs em algumas regiões.
Segundo o governo, a decisão pela bandeira preta, que representa risco altíssimo para velocidade de propagação do vírus e esgotamento da capacidade hospitalar, em todas as regiões do Estado é baseada em uma nova salvaguarda devido ao nível crítico de leitos livres e do elevado crescimento na ocupação hospitalar.
A nova regra impõe garantia de bandeira preta às 21 regiões quando a razão de leitos livres de UTI sobre leitos ocupados por Covid em UTI estiver menor ou igual a 0,35 a nível estadual. Conformeo Gabinete de Crise, o Estado se encontra próximo de 0,23, sendo que, para cada leito livre, há aproximadamente quatro ocupados por pacientes confirmados para Covid-19 em terapia intensiva (UTI).
“Não faz sentido que não seja assim, na medida em que todo o sistema hospitalar do Estado está submetido ao mesmo mecanismo de regulação hospitalar. O colapso de uma região, consequentemente, vai significar demanda para outra região e, assim, todas estarão fragilizadas. Mesmo que uma região esteja com menor possibilidade de contágio, qualquer contágio que ocorra encontrará o sistema comprometido. É hora de todo o Estado seguir o mesmo protocolo, em um mesmo sentido”, afirmou Leite em transmissão ao vivo nesta tarde.
Com isso, os 497 municípios do Estado deverão seguir os protocolos de bandeira preta a partir de sábado até, pelo menos, o domingo, dia 7 de março.
“A pandemia se normalizou no cotidiano, na vida das pessoas, e o vírus está cada vez mais perto das pessoas. Precisamos impactar a rotina da população para que haja mudanças de comportamento. Campanhas de conscientização já não são suficientes, porque o bom senso que se espera acaba não ocorrendo”, afirmou Leite.
As restrições serão reavaliadas na próxima semana. O governo deverá convocar nova reunião com a Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs) para avaliar os resultados das ações adotadas até agora.