A Operação Retomada, que tem como alvo uma facção criminosa que dominou um condomínio habitacional em Santo Antônio da Patrulha, foi deflagrada, na manhã desta sexta-feira (05), pela Brigada Militar (BM) e o Ministério Público (MP). São ao todo, 57 mandados judiciais, sendo 17 de prisão e 40 de busca e apreensão.
Essas ordens judiciais são cumpridas em Santo Antônio da Patrulha, Canoas, Nova Santa Rita, e nas Penitenciárias Moduladas Estaduais de Osório (PMEO) e de Charqueadas (PMEC). A maioria dos alvos dos mandados ocorre no Condomínio Santo Antônio, popularmente conhecido como “Carandirú”, onde há 240 apartamentos.
Um balanço parcial, das 9h30, aponta que ao menos 12 pessoas foram presas, oito delas com mandados e outros quatro em flagrante por porte ilegal de arma e tráfico de drogas. Conforme o Comando Regional de Polícia Ostensiva (CRPO Litoral), pelo menos cinco armas foram apreendidas.
O 8º Batalhão de Polícia Militar (8º BPM), responsável pela segurança pública em Santo Antônio da Patrulha, fomentou a Operação Retomada ao ter apresentado, em abril deste ano, um relatório ao Ministério Público (MP) do município sobre o tráfico de entorpecentes no residencial Santo Antônio.
A partir disso, o MP solicitou apoio ao Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), para diligências judiciais, que acabaram resultando na operação integrada, visando combater o tráfico de drogas no local, liderado por um grupo criminoso oriundo de Canoas. Há famílias que se viram obrigadas a abandonar seus apartamentos pela intranquilidade de residir em uma área com tráfico conflagrado.
Conforme o comandante do 8º BPM, major Fábio Hax Duro, o nome da operação remete ao objetivo da Brigada Militar e MP de resgatar a tranquilidade de moradia para inúmeras famílias da área.
“Realizamos um trabalho intenso com Inteligência e ações efetivas, que vêm dando resultados, há quatro meses, para o combate ao tráfico nesse local e a outros crimes associados a ele, promovendo, por consequência, a possibilidade de famílias retomarem uma vida segura no residencial”, declarou o major Hax.
O promotor de Justiça Camilo Vargas Santana lembra que é de conhecimento público na cidade que uma facção criminosa instalou-se no residencial composto por unidades do Programa Minha Casa, Minha Vida, do governo federal.
“A partir do início das investigações, foi possível confirmar a ocorrência de traficância no local, bem como a presença e a participação neste crime de integrantes de uma facção com origem em Canoas. Além disso, constatou-se a utilização de diversas unidades habitacionais para o tráfico de drogas, com o completo desvirtuamento de sua finalidade social. A ação também atende a reclamo dos moradores do local que se sentem reféns em suas próprias casas”, disse Santana.
A Operação Retomada conta com 210 policiais militares e 41 viaturas da Brigada Militar, 22 agentes do MP, dois promotores de Justiça e 19 veículos do órgão. Pela Brigada Militar atua efetivo do CRPO Litoral, 8º BPM, 2º BPAT, Comando de Polícia de Choque (CPChq) e Batalhão de Operações Especiais (Bope).
