Operação contra lavagem de dinheiro tem alvos em Tramandaí, Capão da Canoa e Xangri-Lá

Ação da Polícia Civil e do Ministério Público identificou patrimônio de organização envolvida em fraudes licitatórias no RS; grupo teria movimentado mais de R$ 500 milhões

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Operação Succedere investiga esquema milionário de lavagem de dinheiro no RS. Foto: Polícia Civil

Três municípios do Litoral Norte tiveram cumprimento de mandados judiciais, na manhã desta quinta-feira (16), em investigação contra lavagem de dinheiro. A Operação “Succedere” foi deflagrada pela Polícia Civil (PC) e pelo Ministério Público (MPRS) em Capão da Canoa, Tramandaí e Xangri-Lá, além de Porto Alegre, Cruz Alta e Tupanciretã.

As investigações, que tiveram apoio da Contadoria e Auditoria-Geral do Estado (CAGE), são referentes a um esquema de lavagem de dinheiro proveniente de crimes licitatórios e contra a ordem econômica e tributária  Segundo a PC, os alvos são relacionados a uma família, especializada em burlar processos de licitação, que agia há mais década.

Nas seis cidades gaúchas, foram mobilizados 165 policiais civis e agentes do MPRS para o cumprimento de 37 mandados de busca.  O poder judiciário expediu ainda ordens para apreensão de 28 veículos, avaliados em mais R$ 4 milhões, e indisponibilidade de  38 imóveis, com valor estimado e R$ 68 milhões. Além disso, foi solicitado o bloqueio de contas bancárias, com o objetivo de atingir o montante de R$ 565 milhões.

O trabalho é coordenado pelo delegado Filipe Bringhenti, da Delegacia de Lavagem de Dinheiro, do DEIC, e pela promotora de Justiça Roberta Brenner de Moraes,  da 8ª Promotoria de Defesa do Patrimônio Público. A investigação identificou patrimônio constituído a partir das fraudes licitatórias a partir de empresas terceirizadas de prestação de serviços.

A PC e o MP apontam que a organização criminosa gerou prejuízo de R$ 200 milhões em tributos aos cofres públicos e também lesou funcionários das empresas, tendo aproximadamente 11 mil ações na Justiça do Trabalho.

Ordens judiciais foram cumpridas em seis cidades, três delas no Litoral Norte: Capão da Canoa, Tramandaí e Xangri-Lá. Foto: Polícia Civil

“No curso das investigações foi apurado que uma parte significativa desses valores foi sistematicamente lavado, de diversas formas: contas foram abertas em nome de terceiros,  veículos foram adquiridos e registrados em nome de “laranjas”, imóveis de luxo tiveram propriedade atribuída a pessoas da confiança dos protagonistas do esquema criminoso e, ainda, houve diversificação em investimentos variados, a exemplo da compra de parte do passe de jogadores de futebol, investimentos na construção civil e até em plantações de soja. Todas estas estratégias tinham o objetivo de afastar o dinheiro criminoso de sua origem espúria, dificultando a localização e recuperação pelo Estado”, informou a PC.

Conforme balanço parcial, pelo menos três pessoas foram detidas na operação por posse ilegal de arma.

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