
Tainá, Elizabete e Margarete: três mulheres que não se conheciam, viviam em cidades diferentes, mas tiveram o mesmo destino, foram assassinadas pelos companheiros ou ex-companheiros no Litoral Norte do Rio Grande do Sul. Além delas, em 2019, outras 10 foram vítimas de tentativas de assassinato na região que, entre janeiro e outubro, teve 2.227 casos de violência doméstica registrados.
O levantamento foi feito pelo Litoral na Rede, baseado em estatísticas oficiais da Secretaria da Segurança Pública do Rio Grande do Sul, dos 23 municípios do Litoral Norte. A cada mês são, em média, 135 casos de ameaça registrados nas Delegacias da região. Em 2019, também foram contabilizadas 857 ocorrências de lesão corporal e 51 de estupro.
Dos 10 casos de tentativa de feminicídio, dentro do contexto da Lei Maria da Penha, três ocorreram em Santo Antônio da Patrulha. Imbé e Tramandaí aparecem logo depois, com dois registros em cada município. Capão da Canoa, Mostardas e Palmares do Sul tiveram uma tentativa de feminicídio cada.
Além disso, a região contabiliza, desde o início do ano, quatro assassinatos de mulheres que foram registrados como feminicídios. Os casos em que o crime teve relação confirmada com a violência doméstica ocorreram em Cidreira, Imbé e Capão da Canoa. Em Tramandaí, uma mulher foi encontrada morta dentro de casa, mas com o avanço da investigação, a principal hipótese para o crime é de latrocínio, roubo seguido de morte.
As quatro mulheres assassinadas no Litoral

O caso mais recente de feminicídio no Litoral Norte do Rio Grande do Sul foi o da jovem Tainá Leal Sarmento, de 19 anos. Ela foi morta a facadas na frente da filha em Capão da Canoa, no dia 02 de novembro. A Polícia prendeu preventivamente o ex-companheiro da vítima pelo assassinato.
Em Cidreira, Elizabete Horle Moreira, de 53 anos, foi morta dentro de casa com golpes na cabeça e estrangulada com fio de um aparelho de DVD. O crime ocorreu no dia 27 de maio. Na época do crime, o marido da vítima teve a prisão decretada pela Justiça. João Carlos Moreira se apresentou à Polícia no dia 04 de junho.

Em Imbé, o corpo de Margarete Rodrigues Schuch, de 56 anos, foi encontrado na manhã do dia 27 de março às margens da ERS-786, no Balneário Santa Terezinha. A Polícia apontou o marido da vítima, um cirurgião dentista de 65 anos, como autor do crime. O homem foi preso temporariamente no dia 03 de abril.
Em Tramandaí, Josefa dos Santos Filha, de 56 anos, foi morta a facadas dentro da casa onde morava no Distrito de Nova Tramandaí. O crime ocorreu no dia 14 de julho. O caso foi registrado inicialmente como feminicídio e esta contabilizado nos indicadores de violência cotra a mulher. O delegado da cidade, Paulo Perez, informou, no entanto, que ela teria sido vítima de latrocínio, roubo seguido de morte.
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