Golfinho é encontrado morto na praia em Tramandaí; espécie é a mais ameaçada do Atlântico Sul

Toninhas vivem em águas costeiras e a maioria das mortes está relacionada à captura acidental

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Golfinho encontrado morto na beira da praia de Tramandaí e da espécie mais ameaçada do Atlântico Sul. Foto: Márcia Bueno Cabañero

Uma toninha, menor espécie de golfinho, ameaçada de extinção, foi encontrada morta nessa terça-feira (02), na beira da praia de Tramandaí. A carcaça do animal estava na areia entre as guaritas 144 e 145, na área central da cidade do Litoral Norte.

Um dos registros foi feito pela professora Márcia Bueno Cabañero, que mora na região. Pela varanda do apartamento, ele viu o animal morto e fez a foto enviada ao Litoral na Rede e ao Centro de Estudos Costeiros Limnológicos e Marinhos (Ceclimar/UFRGS).

Os pesquisadores do Ceclimar confirmaram se tratar de uma toninha. Com base em imagem enviadas e relatos de pessoas que viram o animal, a bióloga Cariane Trigo, acredita tratar-se de um indivíduo jovem. Por estar em decomposição, a carcaça não foi recolhida para estudos.

A toninha é um pequeno cetáceo, de espécie diferente da dos botos que ingressam na Barra do Rio Tramandaí. O biólogo e pesquisador Maurício Tavares, do Ceclimar, salienta que é a espécie de golfinho mais ameaçada de extinção do Oceano Atlântico Sul Ocidental.

“Ela é endêmica desta região, só existe no Brasil, no Uruguai e a na Argentina, em águas normalmente costeiras, até 30 metros de profundidade. (A toninha) se alimenta de pequenos peixes que vivem no fundo da coluna d´água e, por isso, ela acaba interagindo com essas redes que ficam no fundo, que são redes de emalhe, colocadas pra pegar espécies de peixes e acabam capturando acidentalmente as toninhas”, explica Maurício.

O biólogo destaca ainda que as capturas acidentais da espécie são muito comuns e que a costa do Rio Grande do Sul é uma das áreas que têm os maiores índices de captura. “É um mamífero que respira por pulmões, então precisa subir à superfície para respirar, pegar o oxigênio. Por isso, quando ela fica presa nas redes de pesca, acaba entrando em colapso e não conseguindo subir para respirar e morre”, detalha o pesquisador.

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