“Estou desanimada”, diz faxineira que teve carro furtado e destruído em acidente na BR-101

Campanha virtual arrecada recursos para ajudar trabalhadora a reaver prejuízo; saiba como colaborar

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Carro de Vanessa ficou destruído após colisão na BR-101. Foto: Divulgação / PRF

por Talis Ramon

A última quinta-feira (04) era mais um dia normal de trabalho na vida de Vanessa Gonçalves, 37 anos. A autônoma, que ganha a vida fazendo faxinas em Três Cachoeiras, no Litoral Norte do Rio Grande do Sul, exercia suas tarefas quando soube que um dos poucos bens que conquistou na vida havia sido furtado: o seu carro, um Fiat Uno ano 97, avaliado em aproximadamente R$ 7 mil.

Era com ele que Vanessa, mãe de três filhos, deslocava-se para o trabalho todos os dias. Naquela tarde, por volta de 16h, a trabalhadora limpava a parte dos fundos da residência onde atua há 10 anos, localizada no bairro Santo Anjo da Guarda. Foi quando recebeu um alerta inesperado vindo da própria filha.

“Ela pegou a bicicleta da patroa e foi no mercadinho comprar pão para o café. Quando chegou, me perguntou sobre um cara barbudo e cabeludo que havia passado por ela dirigindo o nosso carro. Eu fui até a frente e vi que o carro já não estava mais ali. Na hora não tínhamos nenhum veículo para ir atrás, só conseguimos ligar para a Brigada”, lembra a faxineira, em conversa com a reportagem do portal Litoral na Rede.

“Fiquei sem saber o que fazer. Achei até que fosse brincadeira da minha filha ou de algum conhecido da volta. Só depois que foi caindo a ficha”, admite.

O veículo, que estava estacionado em frente ao imóvel, havia acabado de ser furtado por um criminoso com passagens policiais por estelionato, roubo de veículo, furto e ameaça, entre outros delitos. Sem habilitação e embriagado, o indivíduo de 35 anos seguiu pela BR-101 até Maquiné. Na altura do km 72, perto do túnel de Morro Alto, ele invadiu a contramão e colidiu contra um outro automóvel, ferindo levemente duas mulheres — mãe e filha, segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF). O ladrão foi removido ao Hospital São Vicente de Paulo, em Osório, em estado grave.

Com a batida, o carro de Vanessa ficou destruído. Ainda sem saber do ocorrido, ela iniciou uma verdadeira corrida em busca de informações na tentativa de recuperar o carro furtado. Quando foi informada pela Brigada Militar (BM) sobre a colisão envolvendo seu carro, lembra que chegou a pensar positivamente antes de receber a confirmação, com ideias como “bateu leve, vou conseguir arrumar”.

“Infelizmente não foi coisa leve. Deu perda total. Não fui eu que bati, foi um traste que não tinha nada a perder. Tive que ir na Polícia Civil (PC) de Torres fazer o boletim de ocorrência”, conta. “Voltei para casa me tremendo inteira. Não consegui comer e nem dormir, tive até pesadelos. Meus filhos também estão nervosos, a gente já chorou junto, eles sabem que batalhei muito para conseguir o nosso carro. Me doeu quando vi a foto dele destruído”, recorda-se Vanessa.

A trabalhadora conta que o carro, comprado por ela com muito sacrifício, era o principal meio de locomoção usado para ir e voltar das casas que limpa, algumas muito distantes do lugar onde mora, além de servir para levar e buscar os filhos na escola e também para deslocamentos para consultas e tratamentos médicos.

“Nesses anos todos eu sempre deixei o carro ali na frente, com os vidros fechados, tudo certinho. Nunca aconteceu nada. Era um carro de pobre, simples, mas que bastou para alguém pegar e levar”, diz.

Para tentar reaver o prejuízo, a patroa de Vanessa organizou uma campanha virtual para recolher doações que atinjam o valor de R$ 7 mil, que ela utilizará para comprar um veículo semelhante ao que perdeu. Enquanto isso, a faxineira luta para reunir forças e resolver os trâmites burocráticos para liberação do que sobrou do seu antigo automóvel.

“Tem que ver guincho para trazer de Osório. Não vai dar para arrumar. Vou ter que entrar em contato ou até mesmo ir lá e decidir se vou vender para algum ferro-velho para recuperar algum valor. Estou bem desanimada. Vou lá para que? Ele está lá, quebrado, todo detonado, não vou conseguir trazê-lo para casa”, desabafa.

Quem quiser contribuir com a campanha, pode transferir qualquer valor para ela via Pix. A chave é o número de telefone: (51) 98021-7834, em nome de Vanessa Gonçalves.

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