Caso Miguel: reconstituição do crime causará bloqueios em ruas de Imbé

Madrasta do menino retornou a cidade para reprodução simulada dos fatos

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O menino Miguel, de 7 anos.

No início da noite desta segunda-feira (08), o Instituto-Geral de Perícias (IGP-RS) iniciará em Imbé, a reconstituição dos crimes contra o menino Miguel dos Santos Rodrigues, de 7 anos de idade. Para o êxito dos trabalhos, haverá bloqueios de ruas a partir das 18 horas e a segurança foi reforçada em uma ação integrada entre a Polícia Civil, a Brigada Militar e a Guarda Municipal de Imbé.

Para a Polícia Civil e o Ministério Público, Miguel foi morto pela mãe Yasmin Vaz dos Santos Rodrigues e pela madrasta Bruna Nathiele Porto da Rosa. Ambas estão presas preventivamente. O garoto teve o corpo jogado no rio Tramandaí, no fim de julho, em Imbé.

Reprodução Simulada dos Fatos (RSF) que é a reconstituição do crime será realizada com a madrasta. O início dos trabalhos será na Delegacia de Polícia Civil de Imbé, onde Bruna Nathiele Porto da Rosa será entrevistada. Posteriormente, ela será levada ao apartamento onde Miguel era vítima de torturas diárias e acabou de forma trágica sendo morto.

Por fim, o trajeto feito pela mãe e madrasta, entre o apartamento e o Rio Tramandaí, será realizado. O menino, supostamente, teve o corpo carregado em uma mala.

Mala onde o corpo de Miguel teria sido transportado até o Rio Tramandaí. Foto: Polícia Civil

Bloqueios de Ruas

A Secretaria Municipal de Segurança Pública e Trânsito (SEMUSP-T) informou  que fechará trechos das seguintes ruas: Rua Sapiranga, Avenida Paraguassu (em frente a Prefeitura), Rua Rio Parto, entre a Avenida Paraguassú e a Rua Alegrete, o trecho entre a Alegrete e a Rua Novo Hamburgo, e ainda da Novo Hamburgo até a Rua Santa Cruz e o espaço entre a Santa Cruz e a Avenida Nilza Costa Godoy. As áreas no entorno destas vias também serão fechadas.

Reconstituição

Segundo o IGP-RS, a Reprodução Simulada, também conhecida como reconstituição, busca verificar se os fatos podem ter acontecido da forma com que foram narrados pelos participantes. Ela é dividida em três partes: a preparação, quando a equipe estuda o inquérito e as demais perícias realizadas; a oitiva dos envolvidos, realizada na repartição policial; e o trabalho no local dos fatos, quando os participantes narram o que viram para os peritos envolvidos.

O resultado dessas três etapas é descrito e analisado em um laudo pericial, com o objetivo de comprovar ou descartar a viabilidade das versões.

Perícias do caso

A Polícia Civil está conduzindo o inquérito policial para a apuração da morte, requisitando diversas perícias ao IGP, nas quais foram envolvidos diversos departamentos.

Desde os primeiros dias após o desaparecimento, equipes do Departamento de Criminalística estiveram nas duas moradias frequentadas pela criança em busca de vestígios, como as marcas de sangue que foram identificadas na parede de um dos cômodos.

Também foram recolhidos objetos, analisados pelo Departamento de Perícias Laboratoriais (DPL). A perícia feita em uma camiseta infantil de cor vermelha revelou que havia sangue da vítima na roupa. Já a perícia feita na mala, que teria sido usada pelas duas acusadas para transportar o menino até o rio, comprovou que o material biológico pertencia à vítima.

Foto: divulgação Polícia Civil

Caso

Miguel dos Santos Rodrigues vivia com a mãe, Yasmin Vaz dos Santos Rodrigues, e com a companheira dela, Bruna Nathiele Porto da Rosa, em Imbé, no Litoral Norte do Rio Grande do Sul. De acordo com a denúncia do Ministério Público, o garoto foi morto na madrugada de 29 de julho de 2021 pelo casal, após ser torturado, e seu corpo colocado dentro de uma mala de viagem. O motivo seria que o menino atrapalhava o relacionamento delas. O corpo, que não foi encontrado, foi arremessado no rio Tramandaí. O casal confessou o crime à Polícia.

O MP denunciou as duas mulheres por tortura, uma vez que elas submetiam Miguel a agressões físicas, privação de liberdade, intenso sofrimento mensal e emocional. Elas respondem também por planejarem, arquitetarem e executarem o homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, com emprego de meio cruel) e por ocultarem o cadáver da criança.

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