Aumento de internações por covid-19 no RS reforça importância da vacinação bivalente

Estado registrou 18 mortes causadas pela doença nas últimas três semanas

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Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil

Dados preocupantes sobre o aumento do número de internações causadas por covid-19 nas últimas semanas deixaram em alerta a área de saúde do Rio Grande do Sul. Somente entre os dias 08 e 14 de outubro foram registradas 64 hospitalizações por complicações respiratórias em virtude da doença, 50 internações a mais em comparação ao período de 20 a 26 de agosto. Para as autoridades sanitárias, apesar de não impactar no número de mortes, o fato reforça a importância da vacinação como principal arma contra o vírus.

Com relação às possíveis causas desse aumento, a chefe substituta da Divisão de Vigilância Epidemiológica do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs), Letícia Martins, diz que o fato reforça a importância da vacinação, principalmente com a dose atualizada da vacina bivalente, que hoje tem menos de 20% da população acima de 18 anos no Estado vacinada. Ela acredita que, por outro lado, o coronavírus já pode ser considerado endêmico.

“Isso quer dizer que ele irá circular com picos em determinados momentos do ano, assim como o vírus da gripe influenza”, explica. “Além disso, a cobertura da bivalente é baixa nos maiores de 18 anos, sendo ela a vacina com composição mais próxima genomicamente das variantes que circulam atualmente”, complementa.

Também foi registrado um aumento da proporção de internações de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) por covid-19 em relação à síndrome associada a outras causas. Enquanto na semana de 20 a 28 de agosto o coronavírus representava 6% das internações por esse agravo, na semana de 08 a 14 de outubro, esse índice passou a 26%.

Fatores de risco para óbito

Com o aumento das internações, consequentemente aumentaram os óbitos, mesmo que em proporções bem inferiores. Nas últimas três semanas ocorreram 18 óbitos por covid-19 no Estado. Desses, 16 em maiores de 60 anos. Os outros dois óbitos foram de pessoas que apresentavam comorbidade.

“Ou seja, 100% dos últimos óbitos ocorreram em pessoas com algum fator de risco, seja a idade ou presença de comorbidade. Isso reforça a importância de que esses dois grupos tomem a vacina”, afirma Letícia. Ela ressalta que 12 dos indivíduos que morreram possuíam três, ou menos, doses de vacina.

Vigilância genômica

O Cevs segue com o monitoramento das variantes do coronavírus em circulação no Estado. As análises demonstram a continuidade da presença de diferentes sublinhagens da variante Ômicron e, entre essas, já houve detecção pontual (um caso até o momento) da sublinhagem EG5.1, chamada de Éris.

Vacinação

As crianças ainda apresentam baixo percentual de vacinação contra o coronavírus no Rio Grande do Sul. São apenas 36% das cerca de 1,6 milhão de crianças acima dos 6 meses até os 11 anos idade vacinadas com duas doses. Entre os adolescentes de 12 a 17 anos, esse percentual é de 82%.

Na população de 18 anos ou mais, o índice também é considerado baixo. Até o momento, já foram aplicadas cerca de 1,6 milhão de doses da vacina bivalente, o que representa cerca de 18% do público da faixa etária. Para os que já tomara a vacina bivalente ainda não há perspectiva de nova dose.

Há uma estimativa de que a vacinação será seletiva em 2024, ou seja, para grupos prioritários, conforme exposição e risco para evoluir com gravidade (internações e óbitos), assim como acontece na vacinação anual contra a gripe influenza. Esse protocolo ainda depende de definição do Ministério da Saúde.

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