Golfinho ameaçado de extinção encalha morto em Nova Tramandaí

Toninhas estão entre os menores cetáceos que habitam a costa do RS

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A pesca acidental é a maior causa de morte da toninha. Foto: Alexandre Daniel Lauck / colaboração Litoral na Rede

Um golfinho da espécie toninha, ameaçada de extinção, encalhou morto na orla de Nova Tramandaí, em Tramandaí.  Esse animal é um dos menores cetáceos que vive na costa do Rio Grande do Sul e de outros estados das regiões sul e sudeste do Brasil.

A carcaça da toninha estava nas imediações da guarita 159, na altura da Praça da Coruja, no balneário da zona sul do município de Tramandaí. A foto que ilustra esta reportagem foi enviada ao Litoral na Rede por Alexandre Daniel Lauck. O seguidor do portal de notícias estava na beira da praia nessa sexta-feira (29), quando se deparou com o golfinho morto e fez o registro.

A bióloga e pesquisadora Cariane Trigo, do Centro de Estudos Costeiros Limnológicos e Marinhos (Ceclimar), da Campus Litoral Norte da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, analisou a foto e confirmou se trata da espécie Pontoporia blainvillei, popularmente conhecida como toninha.

“É uma das espécies mais ameaçadas de extinção desse nosso litoral sul-ocidental. Ela fica muito enrolada em redes de pesca, então a pesca acidental é a maior causa de morte da espécie”, detalhou Cariane.

A pesquisadora salienta que é um golfinho de tamanho pequeno, que chega até 1,70 metro de comprimento. “Diferentemente dos botos ali da barra [do Rio Tramandaí], por exemplo, que chegam a três metros de comprimento”, comparou. A bióloga informa que os encalhes de toninhas nas praias gaúchas ocorrem com maior frequência na primavera e no verão.

A pesquisadora salienta que no Litoral do Rio Grande do Sul, as toninhas normalmente são vistas apenas quando encalha mortas na beira da praia. O avistamento de animais da espécie é mais fácil em São Francisco do Sul, no Litoral Norte de Santa Catarina, onde é desenvolvido o projeto “Toninhas do Brasil”.

“Lá, elas entram na Baia de Babitonga, com água salobra, do mar misturada com água doce e podemos enxergar melhor esses animais, e tem vários grupos que estudam essa espécie”, finaliza Cariane.

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