
A família dos botos que frequentam a barra do Rio Tramandaí cresceu e as primeiras imagens do novo integrante do grupo foram registradas na última semana. Pesquisadores do projeto “Botos da Barra” fotografaram o filhote junto com a mãe, uma das fêmeas mais conhecidas pelos pescadores artesanais, a “Rubinha”.
Segundo a equipe do Centro de Estudos Costeiros, Limnólógicos e Marinhos (Ceclimar/UFRGS) que realiza o monitoramento dos cetáceos e da pesca cooperativa, os pescadores artesanais relataram terem visto o filhote pela primeira vez em dezembro de 2023. E desde então, os pesquisadores tentavam fazer as primeiras imagens.
Os cliques são da bióloga Elisa Ilha a partir da margem de Tramandaí. No momento em que Rubinha e o filhote estavam na barra, havia um grupo de seis botos no rio. A mamãe interagia com os pescadores.
Os filhotes dos botos-de-Lahille nascem com aproximadamente 1,2 metros e geralmente nos meses entre a primavera e o verão. O botinho é neto de “Geraldona”, a matriarca da família, e irmão de “Escurinho”, que até então era o caçula da família, e deu um espetáculo saltado com todo o corpo fora da água, neste mês, na barra.
Por enquanto, o filhote está sendo chamado de “Flipper”. Como o sexo ainda não foi confirmado, caso seja uma fêmea, também é considerado o nome de “Estrelinha”. As identificações, no entanto, são consolidadas pelos pescadores ao longo do tempo.




O período de abril até junho é quando os botos são vistos com maior frequência na barra do Rio Tramandaí. Nesses meses, acontece a temporada da pesca da tainha e interação entre os animais e os pescadores de tarrafa. Na pesca cooperativa, os animais apontam aos pescadores a localização dos cardumes e aproveitam o lançamento das tarrafas para garantir a sua alimentação.
O boto-de-Lahille (Tursiops gephyreus) é uma espécie que habita águas costeiras próximas à zona de arrebentação, baías costeiras e águas adjacentes de estuários e lagoas costeiras nos estados do Sul do Brasil, no Uruguai e em parte da Argentina.
É conhecida pela sua interação com pescadores de tarrafa. Sua categorização como uma espécie ameaçada de extinção é justificada pela existência de poucos indivíduos, que têm uma distribuição restrita e muito próxima das regiões costeiras, sofrendo com a pressão das atividades humanas.
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