“Vai ficar para a história”, diz adolescente que pescou 121 tainhas, de uma vez só, em Tramandaí

Jovem de 16 anos capturou cerca de 110 kg em uma única tarrafada na barra

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Foto: Reprodução / Arquivo pessoal

por Talis Ramon e Ticiano Kessler

“Maior tarrafada que dei na vida”. Assim Renan de Assis Schmidt, de 16 anos, classificou o feito protagonizado por ele na última quinta-feira (11) em Tramandaí: pescar 121 tainhas de uma só vez. E, antes que você desconfie, já avisamos: essa não é mais uma daquelas “histórias de pescador” — expressão usada para evidenciar os grandes contos mentirosos e sem lógica criados no ambiente da pescaria.

Era por volta de 7h quando Renan e o pai, Renato, que é pescador profissional, lançavam as tarrafas nas águas do Rio Tramandaí na tentativa de capturar os peixes. Eles costumam pescar na barra, próximo à área onde ficava a antiga Ponte da Sardinha e perto de onde a família reside.

Em uma das tarrafadas, o jovem pescador retirou da água 121 tainhas. Quase 110 kg de peixe, segundo ele. Além do pai e do próprio garoto, o feito surpreendeu inclusive outros pescadores que estavam no local e testemunharam o fato.

“Eu pesco desde os cinco anos e foi a maior tarrafada que dei na vida. Fiquei muito feliz. Não sabia nem o que fazer para tirar essa quantidade de peixe da água. Todo mundo falando que nunca tinha visto isso aqui na Barra, que vai ficar para a história”, contou Renan à reportagem do portal Litoral na Rede.

E ele não pensa em parar por aí: depois de crescer pescando na praia, quer seguir atuando junto ao pai. E, se possível, repetir o próprio feito, ainda que considere a missão bastante difícil de ser cumprida.

“Eu ainda quero bater esse recorde. Vai ser difícil, mas não é impossível. Acho que eu consigo”, completou.

Temporada da tainha

A Barra do Rio Tramandaí é ponto tracional de pesca com tarrafa e onde ocorre a cooperação entre pescadores e botos. O mês de abril marca o início da temporada de pesca da tainha, que segue até junho.

A equipe do projeto Botos da Barra, do Centro de Estudos Costeiros Limnológicos e Marinhos (Ceclimar/ UFRGS), aponta que, nesse período, as tainhas migram em grandes cardumes dos estuários em direção ao mar para desovar — atravessando os estuários e seus canais de maré, como a Barra do rio Tramandaí.

No último fim de semana, os botos garantiram pescaria farta de tainha [veja a reportagem e vídeo].
Na pesca cooperativa, os animais apontam aos pescadores a localização dos cardumes e aproveitam o lançamento das tarrafas para garantir a sua alimentação.

O boto-de-Lahille (Tursiops gephyreus) é uma espécie que habita águas costeiras próximas à zona de arrebentação, baías costeiras e águas adjacentes de estuários e lagoas costeiras nos estados do Sul do Brasil, no Uruguai e em parte da Argentina.

É conhecida pela sua interação com pescadores de tarrafa. Sua categorização como uma espécie ameaçada de extinção é justificada pela existência de poucos indivíduos, que têm uma distribuição restrita e muito próxima das regiões costeiras, sofrendo com a pressão das atividades humanas.

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