
Apesar do esforço para devolver ao oceano um animal da espécie cachalote encalhado junto à barra do Rio Tramandaí, no Litoral Norte do Rio Grande do Sul, ele retornou para a costa e morreu. A informação foi confirmada pela Patrulha Ambiental (Patram) de Tramandaí, que encaminhou, na manhã desta terça-feira (20), a carcaça do mamífero marinho para análise de pesquisadores do Centro de Estudos Costeiros, Limnológicos e Marinhos (Ceclimar), da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), em Imbé.
O primeiro encalhe foi no início da tarde dessa segunda-feira (19), junto à barra, em Imbé. A tentativa de salvar o animal mobilizou a Patram, guarda-vidas e uma embarcação da Transpetro, que o direcionou a águas mais profundas. No fim de tarde, no entanto, ele voltou encalhar, ainda vivo, do lado de Tramandaí, e morreu.
Mesmo com toda a mobilização, a possibilidade de que não resistisse, já era considerada pela Patram e por pesquisadores. Segundo especialistas, esta espécie tem hábitos oceânicos, dificilmente é vista perto da costa do RS, e quando isso ocorre é porque já está bastante debilitada.
Com auxílio de um máquina da prefeitura de Tamandaí, a carcaça foi levada ao Ceclimar, onde os cientistas identificaram que se trata de um cachalote-pigmeu (Kogia breviceps), fêmea jovem, com 2,45 metros de comprimento. Inicialmente, devido à semelhança, o animal tinha sido identificado como um cachalote-anão (Kogia sima).
A dissecação foi coordenada pela bióloga Cariane Trigo. Ela explica que os cachalotes e as orcas são chamados de baleias popularmente, mas não são.
“Os cetáceos, que incluem botos, baleias e golfinhos, são divididos em dois grupos: misticetos e odontocetos. O primeiro é o das baleias verdadeiras, que não tem dentes, como jubarte, franca, azul, bride. E o segundo é dos cetáceos que tem dentes, como golfinhos, toninhas, orcas e cachalotes”, detalhou a pesquisadora.

A carcaça ainda será analisa por médicos veterinários da Ufrgs para tentar identificar a causa da morte. Após, o esqueleto completo do cachalote-pigmeu será preparado e fará parte da coleção do científica do Museu de Ciências Naturais (Mucin), do Ceclimar.