A Polícia Civil prendeu na manhã dessa sexta-feira (29) oito integrantes de um grupo que se passava por facção criminosa para tirar dinheiro de empresários gaúchos. Entre as vítimas dos criminosos estão comerciantes do Litoral Norte.
Batizada de Operação Colaboração, em alusão ao termo utilizado pelos golpistas para pedir dinheiro aos lojistas, a investigação concluiu que o grupo de bandidos agia, em boa parte, de dentro de presídios.
A apuração, conduzida pela 1ª Delegacia de Polícia de Repressão a Roubos de Porto Alegre, segue em andamento. Os nomes dos presos e das vítimas não foram divulgados.
Pedido de dinheiro e ameaças
Por meio de ligações telefônicas, membros do grupo se identificavam como integrantes de facções criminosas com atuação no Rio Grande do Sul, muitas vezes utilizando nomes e apelidos de lideranças desse grupo.
Os bandidos, então, pediam uma “colaboração” aos empresários. A colaboração, segundo as investigações, era uma quantia em dinheiro, a ser paga por meio de transferências bancárias, cuja finalidade seria custear um evento beneficente que seria realizado na comunidade em que se localizava o estabelecimento comercial da vítima.
Aqueles que negavam o pedido dos criminosos recebiam ameaças, tanto para si quanto para seus funcionários, familiares e clientes, e também a promessa de retaliações e danos ao estabelecimento comercial e outros locais relacionados às vítimas.
A Justiça autorizou o bloqueio de ativos nas contas bancárias dos investigados para preservar eventuais valores existentes e, consequentemente, viabilizar o máximo ressarcimento dos prejuízos sofridos pelos lojistas.
Ofensiva inclusive em penitenciárias
O intenso e qualificado trabalho de investigação criminal implicou na identificação de 10 indivíduos. Alguns, segundo a polícia, possivelmente atuavam como “laranjas”, recebendo em suas contas bancárias os valores recolhidos das vítimas da extorsão. Ao todo foram identificadas 81 vítimas do grupo criminoso durante o período entre maio do ano passado e junho deste ano.
A operação, que contou com a participação de 57 policiais, foi finalizada com seis prisões temporárias e uma prisão preventiva, além de uma prisão em flagrante por porte ilegal de arma de fogo. Outros dois alvos da operação estão foragidos. As prisões ocorreram nas cidades de Porto Alegre e Novo Hamburgo.
Além das prisões, a Polícia Civil cumpriu nessa sexta outros 16 mandados de busca e apreensão em endereços vinculados ao grupo criminoso, onde foram encontraram diversos celulares, duas armas de fogo e munições. Celas das penitenciárias de Montenegro e de Porto Alegre também foram revistadas.
Como denunciar
Vítimas que forem contatadas por criminosos exigindo dinheiro devem buscar orientação junto às equipes da Polícia Civil e registrar boletim de ocorrência. As denúncias devem ser feitas pelo telefone 0800-510-2828 ou pelo WhatsApp (51) 98444-0606.
