FGTS: cinco formas de usar bem o dinheiro da sua conta inativa

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Receber o inesperado dinheiro do FGTS em momentos de crise e desemprego é sempre uma boa notícia. Porém, tão ou mais importante que receber essa grana extra, é saber usá-la de forma adequada. Há quem pretenda investir e há quem pretenda usar o valor obtido para pagar dívidas ou fazer compras. Muitas empresas querem o seu dinheiro e, em decisões impulsivas típicas de quem vê o bolso vazio ficar cheio de uma hora para a outra, o arrependimento de ter usado sem prioridade ou sem planejamento pode ser bastante cruel.

Para te ajudar a tomar a melhor decisão, sugerimos uma cartilha de cinco passos de utilizar de forma inteligente o saldo do FGTS da sua conta inativa e evitar arrependimentos.

1 – Lembrei que tenho uma dívida. Devo pagá-la agora?

Os juros de qualquer dívida são maiores que o rendimento médio de qualquer aplicação financeira. Cartões de crédito e cheque especial, cujas taxas giram em torno de 8% a 10% ao mês, ou mesmo contas de consumo, com multa de 2% e juros de 1% ao mês, aumentam de valor mais rápido que o saldo da sua aplicação.

Fazendo uma conta simples, considerando uma aplicação de 100% do CDI atrelado a SELIC de 12,25% ao ano, teríamos 0,97% ao mês de remuneração em uma excelente aplicação de baixo risco – sem descontar o imposto de renda na fonte de 15% a 22,5% do rendimento.

2 – Vi uma promoção tentadora. Compro ou não compro?

Lojistas amam e planejam promoções quando há momentos em que muitas pessoas recebem dinheiro ao mesmo tempo, tais como pagamento de décimo terceiro e, agora, o saque das contas inativas do FGTS. Então, esteja preparado para promoções (aparentemente) tentadoras e faça algumas perguntas a você mesmo:

Preciso realmente deste produto ou posso esperar?

Estou gastando uma parte ou todo o dinheiro recebido ao comprar este produto?

Há alguma outra prioridade para resolver antes desta compra?

Mobiliar uma casa com itens essenciais em falta ou se recuperar de alguma tragédia natural que causou a perda de bens duráveis são necessidades realmente imediatas. Equipamentos para trabalho, estudos ou qualificação profissional, que podem gerar um retorno a médio e longo prazo, também são uma razão justificável.

3 – Decidi que preciso deste produto, tenho o dinheiro e está em oferta. Devo comprar mesmo?

O processo de compra deve ser minimamente racionalizado. Não acredite nas palavras oferta, promoção e liquidação sem ter certeza de que elas são aplicáveis ao preço do produto em questão. Enquanto as lojas visam o lucro, você deve buscar o melhor preço para o seu bolso.

“Pesquisar preços históricos do produto nos últimos 365 dias, ofertas da concorrência em sites de comparação de preços e, caso a compra seja feita em loja física, ter em mente que muitos preços nas lojas virtuais de varejo na internet podem ser melhores é uma grande sacada para economizar”, aconselha Thiago Rodrigo Alves Carneiro, sócio do site de economia colaborativa A vida é feita de Desconto. “Nas compras à vista, presencialmente ou online, é sempre possível obter algum desconto. E, na maioria das lojas online, é sempre possível pesquisar por cupons de desconto que você pode obter gratuitamente”, completa Carneiro.

4 – Quero investir para fazer um pé de meia ou me proteger de imprevistos. Por onde começar?

Deixar o dinheiro no FGTS não é uma boa opção de investimento, apesar de obter algum pequeno rendimento fixo mensal sobre o saldo do fundo.

Poupança, tesouro direto ou fundos de renda fixa são opções bem melhores que o rendimento do FGTS para o consumidor que não tem dívidas, não deixando dúvidas sobre a decisão de sacar o dinheiro agora. Outra opção para quem já tem alguma economia investida é aproveitar o momento de crise e investir 10% a 20% do patrimônio em fundos de ações e multimercado que, em uma trajetória de retomada de crescimento, tendem a render mais que as aplicações de baixo risco.

5 – Se bater a vontade, use uma parte do FGTS em atividades que te faça feliz.

Caso você não tenha dívidas ou nenhuma necessidade urgente de bens de consumo, investir parte dos recursos na qualidade de vida e bem estar pessoal pode ser uma boa escolha.

Há quem necessite fazer um checkup de saúde ou quem imagine que conhecer lugares e experiências novas em viagens e programações fora da rotina possam arejar a cabeça, trazer inspiração e frutos positivos.

A decisão sobre qual conselho seguir é exclusivamente do trabalhador. Entretanto, temos uma certeza: usar o dinheiro em situações que possam trazer conforto, tranquilidade e/ou qualificação duradoura é sempre uma boa escolha e uma faísca de esperança de um futuro melhor.

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