
A Polícia Federal (PF) deflagrou, na manhã desta quarta-feira (25), a Operação Timoneiro, contra fraudes na concessão de seguro-desemprego, na modalidade defeso. A investigação apurou que esquema criminoso desviou mais de R$ 20 milhões dos cofres públicos, inserindo dados falsos nos dados cadastrais de requerimentos do benefício, destinado a pescadores artesanais no período em que a pesca é proibida.
Na operação, foi preso um servidor do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) lotado na Gerência Regional de Caxias do Sul/RS. Os policiais realizaram buscas na casa e no local de trabalho do investigado.
O que chama a atenção é que na cidade da Serra Gaúcha não há pescadores artesanais, mas o funcionário público tinha senhas que permitiam acesso a registros em outras regiões do país. Mais da metade dos saques dos valores desviados foram feitos no Amapá.
Um relatório do MTE identificou 6.988 requerimentos de seguro-defeso com indícios de irregularidades em decorrência das intervenções indevidas realizadas pelo servidor. Os dados foram analisados pela Delegacia da Polícia Federal de Caxias do Sul em articulação com Coordenação-Geral de Polícia Fazendária da Polícia Federal (CGPFAZ), por intermédio da Divisão de Crimes Previdenciários (DPREV).
O servidor público teve prisão temporária e afastamento cautelar do serviço público decretados pela 5ª Vara da Justiça Federal de Caxias do Sul. Ele responderá por crimes de peculato, inserção de dados falsos em sistema de informações e organização criminosa.
No Litoral Norte, onde muitos pescadores artesanais dependem do seguro em período de proibição da pesca, a ação criminosa foi repudiada. O presidente do Fórum da Pesca da Região, Leandro Miranda, disse ao Litoral na Rede que fraudes como esta são absurdas e que prejudicam o setor pesqueiro artesanal.