Um filhote de elefante-marinho foi visto descansando, neste domingo (27), em pontos das cidades de Tramandaí e Imbé, no Litoral Norte. A situação foi monitorada pela Patrulha Ambiental da Brigada Militar (Patram).
Os policiais ambientais foram acionados por volta das 11 horas para atender uma ocorrência que, inicialmente, foi apresentada como encontro de um leão-marinho com ferimentos próximo à plataforma marítima de Tramandaí.
No local, os PMs constataram que tratava-se, na verdade, de um filhote de elefante-marinho. O animal, ao contrário do que foi relatado no contato inicial com os agentes, não apresentava lesões aparentes e estava apenas descansando.
O fato despertou curiosidade de diversas pessoas, que passaram a cercar o animal. Segundo a Patram, algumas delas até tentaram forçar o elefante-marinho a voltar para a água. Incomodado, ele fugiu do local.
À tarde, o animal voltou a ser visto, dessa vez em uma área de pedras nas proximidades do Guia Corrente, em Imbé, novamente atraindo a atenção de curiosos que passavam pelo local. Os policiais da Patram, mais uma vez, orientaram quem estava próximo para que não se aproximasse do elefante-marinho.
Contatado pela reportagem do portal Litoral na Rede, o médico-veterinário Derek Blaese, responsável pelo Centro de Reabilitação de Animais Silvestres e Marinhos (CERAM), órgão do Centro de Estudos Costeiros, Limnológicos e Marinhos (Ceclimar) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), confirmou que o animal estava aparentemente bem e que a presença dele na região não é comum.
“Acredito que seja uma fêmea. Esse ano tem acontecido uma quantidade grande de elefantes-marinhos na costa do Brasil, considerando o histórico normal, que é raríssimo”, disse Blaese.
Em março deste ano, após a aparição de um elefante-marinho no litoral gaúcho, também em Tramandaí, o biólogo Maurício Tavares, do projeto Fauna Marinha RS, ligado ao Ceclimar, contou ao portal que estava monitorando a presença da espécie na região.
“É um mamífero marinho migratório, que vem do sul do continente sul-americano. Ele está fazendo a troca da pelagem aqui no nosso litoral, um comportamento bastante comum para essa espécie e que já aconteceu esse ano lá em Rio Grande [no Litoral Sul]”, disse, à época, o biólogo.
No começo de outubro, o Instituto Australis fez o registro de uma fêmea de elefante-marinho acompanhada do filhote recém-nascido em Santa Catarina. Conforme a organização, não há relatos anteriores do nascimento de um animal dessa espécie no litoral brasileiro.
“Ao encontrar qualquer pinípede [elefante-marinho, leão-marinho, lobo-marinho] na praia, as atitudes corretas a serem tomadas são: manter a distância, não oferecer alimento, não forçar o animal a entrar na água, não retirar o animal da praia e afastar os cães. Nunca toque nos animais, pois eles podem transmitir doenças. Sempre respeite a rotina de vida dos animais”, orienta a bióloga e pesquisadora Cariane Trigo.
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Espécie no Brasil
Apesar de não serem frequentes na costa brasileira, nos últimos anos, alguns elefantes-marinhos foram registrados no Litoral Norte do Rio Grande do Sul. O Litoral na Rede publicou notícias sobre a presença de animais da espécie em 2023 e 2024, em Tramandaí. No ano passado, outro descansou por alguns dias no pátio de uma casa em Capão da Canoa. Relembre os casos nos links abaixo:
Vídeo: elefante-marinho visto em Tramandaí está trocando a pelagem
Vídeo: elefante-marinho descansa na beira da praia e vira atração em Tramandaí
Elefante-marinho descansa em terreno perto da praia em Capão da Canoa
Fim das “férias”: elefante-marinho volta para o mar após três dias de descanso em Capão da Canoa
Elefante-marinho nada na barra e descansa em quiosque na praia de Tramandaí
