As baleias-francas e seus filhotes encantam quem os acompanha de longe, da faixa de areia das praias do Litoral Norte. A interação entre mães e filhos é ainda mais fantástica quando registrada do alto. Os pesquisadores do projeto Farol das Baleias, do Grupo de Estudos de Mamíferos Aquáticos do Rio Grande do Sul (GEMARS), estão, nesta temporada, utilizando drones no monitoramento dessas gigantes do mar.
No último domingo (16), eles captaram lindas imagens de uma baleia e seu filhote. O coordenador do projeto, biólogo Daniel Danilewicz, informou ao Litoral na Rede, que a partir das imagens serão realizados estudos e uma série de comparações com o apoio de outras instituições para tentar descobrir o seu passado e por onde ela andou. “O identificamos como FB-04, mas ainda não é possível saber se ela veio em outras temporadas ao nosso litoral” informou.
É nessa época do ano, no período de julho a setembro, que elas, aos poucos, vão aparecendo para se reproduzir. Neste período, as baleias ficam sem se alimentar. E é através do Projeto Farol das Baleias que os pesquisadores do GEMARS querem entender melhor o comportamento das baleias-francas.
O biólogo explicou que a costa do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina são importantes áreas de reprodução da espécie. “Analisamos as baleias-francas, seus filhotes e grupos. Neste ano, pela primeira vez, também estamos utilizando drones para a captação de imagens”, contou.
As baleias-francas e os filhotes são identificados e ganham até nomes. A identificação é possível devido à forma e a cor dos calos existentes na cabeça de cada indivíduo. “É uma impressão digital. Neste ano, já identificamos oito. As baleias francas são vistas bem próximas da arrebentação das ondas. Elas são bem costeiras”, explicou Daniel.
O Projeto Farol das Baleias conta com o trabalho de seis pesquisadores e de seis voluntários. Segundo Daniel, o município de Torres foi escolhido devido ao Morro do Farol. A altura do morro é de 45 metros. “É um ótimo local para observamos elas. Desde o início de agosto, estamos observando uma mesma baleia-franca e um filhote que demos o nome de manchinha. Notamos que ela nada entre a praia de Atlântida, em Xangri-lá e Torres”, relatou o coordenador.
Sobre os riscos a espécie, o biólogo salienta que a caça as baleias-francas é proibida, porém as redes de pescas e navios maiores representam perigos. “Felizmente notamos que a população das baleias-francas está aumentando, graças a proibição da caça ainda no século passado. Mas, por serem lentas, a colisão com navios é um problema sério. Outro problema é ficarem presas em redes, e no caso dos filhotes o risco de morte é bem maior, pois se eles não conseguirem se libertar, morrerão afogados”, alertou.
Curiosidades
A viagem ao litoral brasileiro é longa, fora daqui, elas vivem nas águas subantárticas e se alimentam principalmente de pequenos plâncton. O tamanho máximo de uma baleia-franca adulta é de 17 metros, podendo pesar até 90 toneladas. O tamanho de um filhote é em torno de 4.5 metros. Ele nasce pesando uns 900 quilos.
Veja o vídeo abaixo da mãe e do filhote interagindo. As imagens foram captadas pelos pesquisadores do Projeto Farol das Baleias.