Salvamentos nas praias do Litoral Norte aumentam 81%

Verão 2022/2023 também registra crescimento de óbitos por afogamento no mar, da localização de pessoas perdidas e de lesões por águas-vivas

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Banhistas no mar onde sinalização indica perigo e risco de morte. Foto: Talis Ramon / Litoral na Rede

Entre dia 17 de dezembro e essa terça-feira, os guarda-vidas realizaram 411 salvamentos de banhistas nas praias do Litoral Norte do Rio Grande do Sul. No mesmo período da temporada anterior foram 226. Isso significa que os resgates cresceram 81% na região.

Além dos salvamentos, o número de mortes por afogamento no mar também é maior: passou de uma no verão passado para cinco no deste ano. Apenas no último fim de semana, três pessoas morreram afogadas nas praias da região. Os incidentes ocorreram em Arroio do Sal, Capão da Canoa e Xangri-Lá.

O coordenador da 6ª Operação Verão do Corpo de Bombeiros Militar (CBMRS), tenente-coronel Isandré Antunes, aponta que há uma combinação de fatores que causa mais salvamentos e óbitos. O oficial afirma que um deles é o mar mais claro em parte desta temporada, mas alerta que essa condição da água não significa redução do perigo.

“O mar claro ele não deixa de ser perigoso. O mar, onde tem a corrente de retorno, aparentemente ele é mais atrativo, ele se torna mais perigoso, porque ele ilude”, apontou Antunes.

Na tarde dessa terça-feira (24), o Litoral na Rede registrou dezenas de pessoas na água, entre as guaritas 134 e 153, em Imbé, em um ponto sinalizado pelos guarda-vidas devido à corrente de retorno, popularmente chamada de repuxo (foto acima).  Na área quase sem ondas, os banhistas não perceberam ou desconsideraram o aviso em uma bandeira preta que alerta: “Não entre. Risco de morte.”

O CBMRS reitera o pedido para que as pessoas entrem no mar apenas nas áreas balizadas, junto às guaritas em operação na orla. “Nesta área onde nós estamos, nós conseguimos alertar e modular comportamentos, através do silvo de apito. Onde nós não estamos, não tem como fazer nada disso. Nós precisamos de educação para que as pessoas tenham um comportamento mais moderado, senão nós vamos ter emergência aquática e mais tragédias”, alertou o tenente-coronel.

Nesta temporada, os guarda-vidas realizaram ainda 106.364 ações preventivas, especialmente com uso de apitos para orientar banhistas sobre situações de risco no mar.

Pessoas perdidas e lesões por águas-vivas

Os dados do CBMRS, responsável pela Operação Verão, apontam ainda que houve elevação expressiva na localização de pessoas perdidas na orla, a maioria crianças. Desde o início da Operação Verão, foram 626 casos, 65% por mais que na temporada 2021/2022, no Litoral Norte.

Com as praias lotadas, também houve aumento das lesões por águas-vivas, com 32.628 registros, desde a segunda quinzena de dezembro. A quantidade é mais de 4 vezes maior que no verão passado, quando os guarda-vidas contabilizaram 7.098 casos.

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