“Queria trocar de lugar contigo”, diz mãe de Brayan, morto em ataque a tiros dentro de casa em Imbé

Em sinal de luto, escola onde o menino estudava estendeu uma faixa preta no portão de acesso

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Foto: Talis Ramon / colaboração Litoral na Rede

“A gente tava na sala esperando pra ver o jogo do Inter, nós dois, e uns monstros mataram meu filho”. Essa foi uma das frases escritas por Fabiana Dubal Ferreira, mãe de Brayan Vidal Ferreira, na manhã desta segunda-feira (08), em uma rede social.

Ainda faltavam cerca de trinta minutos para o começo da partida do Internacional contra o Fortaleza. Seria mais um jogo do seu time do coração que o menino, de apenas seis anos, assistiria na companhia da mãe.

Eles estavam dentro de casa com o pai, o sargento da reserva da Brigada Militar Alexandre Ferreira, de 50 anos, e outras três pessoas, quando foram surpreendidos por dois bandidos que, armados, invadiram o pátio da residência com diversos tiros. Pelo menos um dos disparos atingiram Brayan, que chegou a ser socorrido e encaminhado ao Hospital de Tramandaí, mas não resistiu e acabou falecendo na manhã desta segunda-feira (08), no Hospital de Pronto Socorro, em Porto Alegre.

Completamente abalada com o ocorrido, Fabiana conversou rapidamente com o Litoral na Rede, nesta tarde, por telefone. “Dos sete tiros que deram, só pegou um no braço dele [o sargento da reserva e pai de Brayan] e outro na cabeça do meu bebê”, contou, enquanto aguardava a liberação do corpo do filho no Departamento Médico-Legal de Porto Alegre.

Antes, ela fez uma série de publicações nas redes sociais lamentando a morte do filho. “Só resta a dor e o vazio na minha vida. Nunca mais vai me acordar com beijos e abraços. Te amo sempre. Queria trocar de lugar contigo”, escreveu. “Minha vida, por que tu foi embora? E agora, quem vai me chamar toda hora?”, publicou a mãe de Brayan.

Alexandre Ferreira, 50 anos, pai de Brayan, também atingido por um tiro no braço, foi atendido logo após prestar os primeiros socorros ao filho e liberado. As outras quatro pessoas que estavam da casa não se feriram.

A Polícia Civil ainda apura as possíveis causas do ataque. A Brigada Militar divulgou nesta tarde que, além do efetivo do Comando Regional de Policiamento Ostensivo do Litoral (CRPO Litoral), composto pelas Forças Táticas do 2º Batalhão de Policiamento de Áreas Turísticas (BPAT), do 8° Batalhão de Polícia Militar (BPM) e setores da área de inteligente, outros 16 policiais militares do Comando de Policiamento de Choque (CPChq) da Capital, quatro PMs da Polícia Rodoviária Estadual (PRE) e outros da Seção de Inteligência do Comando-Geral da Corporação estarão em reforço ao trabalho de buscas aos suspeitos.

Efetivo da BM foi reforçado na região para auxiliar nas buscas. Foto: Talis Ramon

Nesta tarde, a Escola Municipal Estado de Santa Catarina, onde Brayan estudava, estendeu uma faixa preta no portão em sinal de luto.

Em respeito à família – e atendendo a um pedido da mãe de Brayan, o Litoral na Rede não publicará fotos do menino e nem divulgará os locais do velório e do enterro dele.

Prefeitura decretou luto oficial

Durante a tarde, a Prefeitura de Imbé divulgou uma nota de pesar pela morte de Brayan. O prefeito Ique Vedovato decretou luto de três dias. “A morte trágica e precoce do pequeno Brayan nos comove e nos revolta. Confiamos no trabalho da polícia para apuração, localização e responsabilização dos culpados por esta tragédia”, disse Vedovato.

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