por Talis Ramon
A derrota do Grêmio para o Palmeiras, na noite dessa sexta-feira (08), evidenciou uma realidade dolorida para os gremistas: há um verdadeiro abismo técnico entre o Tricolor e os demais times do Brasileirão. Esse abismo é tão gigantesco que, no fim das contas, o 1 a 0 do Verdão até pareceu um ótimo resultado.
Marchesín fez mais de uma dúzia de defesas e salvou o time de uma goleada histórica. Foi a única notícia boa da noite para a torcida gremista, que terminou a partida vendo o time paulista acumular vergonhosas 34 – sim, TRINTA E QUATRO – finalizações ante apenas seis do Grêmio. Melancolia, vergonha e uma boa dose de preocupação.
O time de Renato Portaluppi não apresenta nada. Involui a cada jogo. Joga com medo de errar. Suas atuações têm sido lentas, previsíveis, desprovidas de criatividade e, principalmente, de alma. Aquela velha garra tricolor parece ter se esvaído, substituída por um futebol sem inspiração, talvez o pior entre os 20 times da Série A. Ninguém parece jogar tão pouco quanto o Grêmio.
Do outro lado do Rio Grande do Sul, o Internacional, sob o comando de Roger Machado, é o exato oposto. Na vitória por 2 a 0 sobre o Fluminense, ontem, repetiu aquilo que já vem sendo uma constante no presente colorado: um time que joga pelo coletivo, onde as peças se complementam e os erros são corrigidos rapidamente. Ganha até mesmo quando não apresenta futebol vistoso.
Na mesma proporção em que o Grêmio perde seu brilho, o Inter parece ganhar fôlego. Cada vitória dos vermelhos sob a batuta de Roger, quando comparada à atuação dos azuis de Portaluppi, escancara a diferença não só em organização tática, mas também em entrega e postura.
A comparação entre os rivais é inevitável: o Inter se destaca pela eficiência e coesão; o Grêmio tropeça em si mesmo, sobretudo na arrogância do seu treinador que parece não reconhecer seus erros, repetindo-os a cada jogo. O abismo entre os dois times se aprofunda a cada rodada, com o Inter subindo degrau por degrau, já ingressando no G-4 que garante vaga direta à Libertadores 2025, enquanto o Grêmio parece afundar no próprio peso e voltar às imediações da zona de rebaixamento para a Série B.
Para o Tricolor, a reta final de temporada – e, ao que tudo indica, do ciclo de Renato Portaluppi no comando do time – tem sido uma amarga sequência de decepções, em que nem o orgulho parece mais capaz de levantar o time.
É claro que, no futebol, tudo pode mudar. Mas, neste momento, um verdadeiro abismo distancia o amorfo Grêmio dos demais times do Brasileirão – entre eles o maior rival.