Número de casos de dengue no Litoral Norte dobrou em menos de duas semanas; 176 são investigados

O crescimento do número de casos de dengue no Brasil vem preocupando as autoridades. No Rio Grande do Sul não tem sido diferente: até esse sábado (09), o Estado acumulava mais de 15,8 mil diagnósticos confirmados da doença somente em 2024. Destes, 49 são oriundos de 10 dos 23 municípios do Litoral Norte. Nenhum dos 16 óbitos já registrado no RS ocorreu na região.

Um levantamento feito pela reportagem do Litoral na Rede junto ao painel de dados da Secretaria Estadual da Saúde (SES) indica que a quantidade de casos positivos da doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti praticamente dobrou em menos de duas semanas. Ao todo, a região soma 16 cidades tidas como infestadas pelo mosquito. Caraá, Dom Pedro de Alcântara, Itati, Mampituba, Maquiné, Morrinhos do Sul e Tavares, até o momento, são consideradas não infestadas.

Em 27 de fevereiro, o portal de notícias publicou uma matéria mencionando que a região totalizava 25 casos de dengue. Já nesse sábado, a planilha da SES apontava 49 casos atribuídos a municípios do Litoral Norte. Os casos sob investigação também cresceram significativamente no período, passando de 80 no final de fevereiro para 176 no levantamento mais recente.

A cidade da região com maior número de casos positivos é Santo Antônio da Patrulha. O município, que no fim do mês passado tinha sete pacientes infectados, agora contabiliza 14 pessoas com a doença. Tramandaí, com 11, e Torres, com nove, vêm na sequência. Osório (4), Capão da Canoa (3), Imbé (2), Três Cachoeiras (2), Xangri-Lá (2), Maquiné (1) e Palmares do Sul (1) fecham a lista.

Entre os municípios com maior número de pacientes aguardando resultados de exames que podem ou não indicar contágio pela doença, Torres lidera com 49 casos suspeitos, seguido por Osório, que tem 35. Em Tramandaí, amostras de 23 pacientes estão sob investigação, enquanto a vizinha Imbé acumula 18 casos que aguardam diagnóstico.

A 18ª Coordenadoria Regional de Saúde (CRS), responsável pelos 23 municípios do Litoral Norte, alertou recentemente para a tendência de aumento dos casos de dengue nos próximos meses. O coordenador Robson Bobsin Brehm ressaltou, no entanto, que a situação é menos grave em comparação a outras áreas do Rio Grande do Sul.

“Uma das grandes razões para este pico são os imóveis que ficam ociosos depois do veraneio. Por isso, pedimos que as pessoas que estão voltando às suas residências de origem e que deixam suas casas no litoral fechadas, que tomem este cuidado para não deixar nenhum tipo de lixo ou qualquer objeto que venha acumular água e ser um criadouro do mosquito”, solicitou Robson.

Situação no RS

Somente neste ano, mais de 35 mil notificações chegaram até a SES. Destes, 15.867 casos receberam diagnóstico positivo para a doença. Além disso, a pasta informa que 10,1 mil situações seguem em investigação. Dos 497 municípios gaúchos, 466 são considerados infestados pelo mosquito transmissor da dengue.

Sintomas

A dengue é uma doença causada pela picada do mosquito Aedes aegypti infectado e que pode apresentar uma série de sintomas, como febre alta por dois até sete dias, náusea, vômito, diarreia e manchas vermelhas pelo corpo, além de dores que podem atingir a região atrás dos olhos, a cabeça e o corpo como um todo, incluindo as articulações.

Prevenção

Medidas de prevenção à proliferação e circulação do Aedes, com a limpeza e revisão das áreas internas e externas das residências e eliminação dos objetos com água parada, são ações que impedem o mosquito de nascer, cortando o ciclo de vida na fase aquática. O uso de repelente também é recomendado para maior proteção individual contra o Aedes aegypti.

Veja a tabela de casos confirmados e em investigação na região:

Fonte: painel da Secretaria Estadual da Saúde