Uma tragédia abalou moradores do balneário Albatroz, em Imbé, no começo da tarde desse sábado (9). Um almoço em família terminou com duas pessoas mortas. O policial militar da reserva Lenoir José Gomes, de 61 anos, matou ex-esposa Daiane Flores Souza Gomes, de 40, e depois tirou a própria vida.
O velório de Daiane aconteceu na capela do Cemitério São Miguel e Almas, na cidade de Porto Alegre. O corpo dela foi sepultado na manhã desta segunda-feira (11), no mesmo local.
Já o corpo de Lenoir, que era morador do bairro Zona Nova, em Capão da Canoa, foi velado na capela mortuária de Turvo (SC), onde residia parte da família, e sepultado na mesma cidade, também nesta segunda.
O crime
De acordo com relatos de testemunhas aos quais a reportagem do Litoral na Rede teve acesso, o autor do crime e a vítima estariam separados há cerca de duas semanas, mas concordaram em se reunir. Lenoir foi para um churrasco familiar na residência da mãe e do padrasto da vítima — na companhia do filho do casal, de 16 anos.
O autor estaria tentando uma reconciliação, que teria sido negada pela vítima. Quando Daiane foi até o banheiro, o ex-companheiro a seguiu e atirou ao menos cinco vezes contra ela. Logo após cometer o feminicídio, segundo os policiais, o atirador efetuou um disparo em si mesmo.
A Guarda Municipal de Imbé (GMI) foi a primeira a chegar ao local, acionada por vizinhos que ouviram os estampidos. Em seguida chegou a equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) e a Brigada Militar (BM). Todas as guarnições atuaram rapidamente para isolar a cena do crime e evitar aglomeração de curiosos.
Daiane e Lenoir foram encontrados caídos no chão, próximo ao banheiro, já mortos. A perícia técnica foi chamada ao local para a coleta de provas e elaboração de laudo detalhado. Segundo a polícia, não havia registros de violência doméstica entre o casal.
“Pareciam um casal perfeito”, diz amiga
Ainda abalada, Carina Damiani conversou com o Litoral na Rede na tarde desse domingo (10). Amiga de Daiane, ela contou que soube da tragédia pela internet e que foi surpreendida pela forma brutal como o crime ocorreu.
“Para mim foi uma grande surpresa, pois pareciam um casal perfeito. Sempre demonstravam muito carinho um com o outro. Vi fotos do aniversário dela ainda em agosto, ela feliz da vida. Não dava para imaginar um final trágico desses”, relatou Carina.
Em tratamento contra um câncer, ela lembra que encontrou Daiane rapidamente no supermercado, recentemente. Ambas se abraçaram. A vítima, no entanto, não teria mencionado a separação.
“Ela perguntou como eu estava, sobre meu tratamento contra o câncer. E eu ainda comentei sobre o tamanho que estava o menino mais novo deles”, disse, citando o adolescente fruto do relacionamento de Lenoir com Daiane, que tinha outro filho, mais velho, da relação anterior.
Carine afirma que tinha um carinho enorme pelo ex-casal, que se estendeu aos dois filhos de Daiane. Sofrendo pelo ocorrido, ela lamenta a forma trágica como o relacionamento dos dois chegou ao fim.
“Infelizmente [ele] acabou com a vida dela de uma maneira tão triste. Ela era uma pessoa alegre, esbanjava felicidade sempre. Vai deixar saudades. Que agora descanse em paz”, encerra.
Investigação
A Polícia Civil trata o caso como feminicídio seguido de suicídio. O delegado Alexandre Souza, que está respondendo pela Delegacia de Polícia de Imbé, informou que algumas testemunhas já prestaram depoimento e que outras devem ser ouvidas nos próximos dias. Segundo ele, a arma usada pelo policial militar aposentado era registrada.
