Mostardas decreta situação de emergência após quatro meses de estiagem

Déficit hídrico atinge aproximadamente 60 famílias; governo municipal estima prejuízo superior a R$ 8 milhões.

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Foto: Divulgação / Prefeitura de Mostardas

A falta de chuvas em períodos fundamentais para o desenvolvimento da pecuária, uma das principais bases econômicas de Mostardas, obrigou o governo da cidade a decretar situação de emergência. A medida foi confirmada pelo prefeito Moisés Pedoni, ontem (10), após uma reunião virtual organizada pela Federação da Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (FAMURS) juntamente com o corpo técnico da Defesa Civil Estadual, da Secretaria Estadual de Agricultura, da Emater e representantes da área agrícola.

Conforme a prefeitura, as informações dão conta de que a regularidade das chuvas no Estado ocorrerá somente no inverno, devido ao fenômeno La Niña, o que tornará as estações do verão e do outono escassas de chuva em boa parte do território gaúcho. O déficit hídrico vem sendo sentido pelo município desde o mês de outubro de 2021, ocasionando falta de água para o abastecimento e para o consumo humano e animal em toda a área rural do município, inclusive com a redução significativa das águas dos açudes, fontes e bebedouros.

O decreto de emergência editado pelo governo da cidade na última sexta-feira (07) destaca ainda que as pastagens nativas e cultivadas apresentam baixo crescimento, baixa produção de matéria verde e baixa produtividade. Além disso, os rebanhos de corte estão sendo afetados, o que impacta diretamente a rentabilidade da atividade e a própria reprodução animal. A safra de milho, feijão e a pastagem para o gado são as mais prejudicadas, além da questão do cultivo do pinus da espécie elliotti, cuja goma resina extraída é vendida para uso na fabricação de remédios, perfumes, colas, tintas, vernizes, plásticos, entre outros.

Em conversa com o Litoral na Rede, Pedoni destaca que a prefeitura disponibilizou todo o aparato possível para minimizar os efeitos da estiagem e dar assistência e socorro aos afetados. Ele estima que aproximadamente 60 famílias foram afetadas com a estiagem. “Temos uma estimativa de mais de R$ 8 milhões em perdas, sobretudo na questão do rebanho. Para se ter uma ideia, nós temos 28 mil fêmeas aptas a produzir em torno de 14 mil terneiros. O máximo que chegaremos, em função da estiagem, é 9,8 mil produções”, estima. “Estamos executando serviços de abertura e limpeza de poços de água e açudes. Nossas equipes estão mobilizadas, fazendo todo o levantamento junto às comunidades atingidas, mas a tendência é que os prejuízos aumentem nos próximos dias”, comenta o prefeito.

Moisés Pedoni, prefeito de Mostardas – Foto: Divulgação / Prefeitura de Mostardas

A homologação do decreto de emergência é necessária para que as cidades atingidas tenham acesso a uma série de benefícios de ajuda humanitária, que vão desde o repasse de recursos até auxílio em obras de restabelecimentos por meio de planos de trabalho. “Fizemos o pedido, mas ainda não recebemos retorno”, finaliza o gestor.

Segundo levantamento da Defesa Civil do RS, 175 municípios gaúchos já decretaram situação de emergência em função da estiagem, entre dezembro do ano passado e janeiro deste ano.

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