Marcado júri de mulher que matou companheiro e enterrou corpo no pátio em Arroio do Sal

Restos mortais foram encontrados em novembro de 2020, quase quatro anos após o crime

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Foto: Arquivo / Polícia Civil

Foi agendado para o próximo dia 19 de janeiro, a partir das 9h30, o júri popular que decidirá o destino de Leda Natalina Alves. Ela é acusada de matar seu ex-companheiro, Jonathan Martins de Almeida, 33 anos, e por ter mantido o corpo dele enterrado no quintal de sua casa durante quatro anos. O crime ocorreu em Arroio do Sal, em dezembro de 2016.

Os restos mortais do ex-companheiro de Leda, segundo o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS), foram encontrados em novembro de 2020, após denúncia anônima. Durante este período, a acusada, de 61 anos, alegava que Jonathan havia abandonado o lar e desaparecido.

Conforme o Ministério Público (MP), Leda responde por três crimes: homicídio qualificado por motivo fútil, cometido mediante recurso que dificultou a defesa da vítima e, também, por crimes conexos ao homicídio, de ocultação de cadáver e por falsidade ideológica. Ela permanece presa preventivamente desde 13 de novembro de 2020, no Presídio Estadual Feminino de Torres.

Durante o julgamento, que acontecerá na Comarca de Torres, serão ouvidas cinco testemunhas arroladas pela acusação. Pela defesa, serão ouvidos dois informantes, cinco testemunhas e dois peritos.

Por ausência de indícios suficientes de autoria, a juíza Marilde Angélica Webber Goldschmidt julgou improcedente denúncia contra impronunciou o segundo réu do processo, Antônio Leri da Silva, 47 anos. Atual companheiro de Leda, ele é acusado pelo Ministério Público pelo crime de ocultação de cadáver.

A magistrada, no entanto, acredita que Antônio conheceu Leda após o crime, o que o desvincularia do crime. Ele frisou que não há indícios suficientes de autoria ou de participação de Antônio no delito.

Foto: Arquivo / Polícia Civil

O crime

No final da tarde de 18 de dezembro de 2016, desconfiada de traições com outras mulheres e não conformada com o fim do relacionamento, Leda Natalino Alves teria matado seu então companheiro Jonathan Martins de Almeida. O crime foi cometido numa residência na Avenida Medeiros de Quadros, em Arroio do Sal.

Segundo o MP, Leda teria usado uma garrafa de vidro para golpear a cabeça de Jonathan por diversas vezes. Devido às graves lesões, Jonathan não resistiu e faleceu.

Na sequência, a acusada teria separado a cabeça e os membros da vítima do restante do corpo. Com o objetivo de ocultar o crime, o cadáver foi enterrando no pátio de sua casa. Dias depois do crime, para despistar a ação criminosa, Leda se dirigiu à Polícia Civil (PC) para registrar o desaparecimento do ex-companheiro.

Uma denúncia anônima, no entanto, resultou num mandado de busca e apreensão – deferido pelo pela 1ª Vara Criminal de Torres – que permitiu à polícia, com a ajuda de cães farejadores, localizar o cadáver da vítima. Leda. então, confessou o crime aos policiais.

“Do lado da casa foi construído um corredor com um telhado fechado, um espécie de área de serviço. Essa construção foi feita posterior à construção principal. Ela já foi feita para ocultar esse corpo”, contou, à época, delegado Adriano Koehler Pinto, titular da Delegacia de Polícia de Arroio do Sal.

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