
Quatro acusados de envolvimento em uma tentativa de assassinato contra a cabeleireira Návia Regina Christan, conhecida como Maninha, irão a júri popular nesta semana, em Tramandaí. O julgamento está marcado para quinta-feira (27) no Foro da Comarca do município do Litoral Norte.
A tentativa de assassinato ocorreu em 2017. De acordo com a acusação, a irmã da vítima, que também era proprietária de um salão de beleza no município, e o marido dela, seriam os mandantes do crime.
Ainda, serão julgados a mulher que teria contratado o atirador e o homem que teria invadido a casa de Maninha e acertado um tiro no rosto dela. Os ferimentos causaram perda de visão e de audição na vítima.
No ano seguinte, em novembro de 2018, Maninha foi morta com três tiros dentro do salão de beleza dela, localizado no centro da cidade. A irmã e o cunhado dela respondem pelo homicídio em outro processo criminal, no qual foram pronunciados e deverão ser julgados em outro júri, ainda sem data definida (a ação está tramitando em fase recursal). Dois homens acusados de executar o crime já foram julgados e condenados em 2022.
Júri
No julgamento, os quatro réus respondem por tentativa de homicídio duplamente qualificado, sendo os crimes atribuídos aos mandantes qualificados por motivo fútil e recurso que dificultou a defesa da vítima; e os relacionados à intermediadora e ao executor qualificados mediante paga ou promessa de recompensa e recurso que dificultou a defesa da vítima.
O julgamento será realizado no Salão do Júri do Foro local e presidido pelo juiz Gilberto Pinto Fontoura, titular da 1ª Vara Criminal da Comarca de Tramandaí. A previsão é de dois dias de duração.
Durante a instrução, serão ouvidas quatro testemunhas arroladas pela acusação e quatro pelas defesas. Em seguida, será a vez do interrogatório dos réus. Por fim, os debates terão 9h de duração.
Na acusação, atuarão o promotor de Justiça André Luiz Tarouco Pinto e os assistentes de acusação, a advogada Janaína Ramos e o advogado Marcelo Zilli. As defesas serão representadas pelo advogado Luiz Paulo do Amaral Cardoso e pelas advogadas Kelly Cristiane Maciel e Janaína Serpa Groth.
Fato
Conforme a denúncia, a irmã e o cunhado de Maninha planejaram e arquitetaram a sua morte. O casal teria contatado uma manicure, oferecendo dinheiro a ela para intermediar a contratação do executor da cabeleireira. Em 26/10/17, o homem invadiu a residência da vítima e efetuou três disparos, que falharam. O quarto tiro atingiu Maninha no rosto. Ela foi socorrida, mas perdeu a visão de um olho.
O motivo do crime, também conforme o Ministério Público, seria desentendimentos familiares, entendendo que Maninha queria prejudicá-los financeiramente.