Enquanto em todo o Rio Grande do Sul, o número de assassinatos aumentou 12% no primeiro trimestre deste ano em comparação com mesmo período de 2016, no Litoral Norte os registros de crimes contra a vida tiveram crescimento de 55%, quatro vezes mais que a média do Estado. De janeiro a março, 38 pessoas foram assassinadas na região, enquanto nos primeiros três meses do ano anterior a Polícia registrou 21 ocorrências.
De acordo com dados oficiais da Secretaria da Segurança Pública (SSP-RS), analisados pelo Litoral na Rede, Tramandaí lidera o ranking de assassinatos no período, com 11 mortes registradas. Em seguida aparecem Capão da Canoa e Balneário Pinhal, com cinco homicídios cada. Osório teve quatro assassinatos, enquanto Torres, Santo Antônio da Patrulha e Cidreira registraram três casos cada. Também ocorreram crimes contra a vida em Palmares do Sul ( 2 casos), Xangri-lá (1 caso) e Imbé (1 caso).
Proporcionalmente, o maior crescimento foi em Cidreira que pulou de nenhum para três homicídios no primeiro trimestre. Balneário Pinhal passou de dois assassinatos nos primeiros três meses de 2016 para cinco neste ano, um aumento de 150%. Em Tramandaí, a alta é de 120%, em Osório de 100% e em Capão da Canoa chega a 66%. Por outro lado, Imbé e Torres registraram redução nos casos de homicídio.
Tramandaí: 18 mortes em quatro meses
O número de assassinatos registrados desde o início deste ano em Tramandaí já representa quase 67% do total de homicídios que ocorreram na cidade em todo ano de 2016. Desde janeiro, 18 pessoas foram mortas no município, enquanto no ano passado inteiro, a Polícia Civil registrou 27 assassinatos.
A maioria dos crimes ocorreu no bairro Parque dos Presidentes, o antigo Agual e, quase sempre se tratam de execuções a tiros. O titular da Delegacia de Polícia de Tramandaí, Paulo Perez, disse ao Litoral na Rede que com certeza mais da metade dos assassinatos na cidade está ligado ao tráfico de drogas. “O problema do Litoral é que a região está sendo invadida por facções criminosas e as mortes são resultado do confronto entre esses grupos rivais”, afirmou o delegado.
Apesar da dificuldade de efetivo, a equipe de investigadores de Tramandaí tem conseguido esclarecer a maioria dos crimes contra a vida. Paulo Perez informou que 85% das mortes registradas neste ano na cidade tiveram os autores identificados e indiciados.
