VÍDEO: tubarão-raposo surpreende banhistas na beira-mar de Imbé

Litoral na Rede ouviu especialista em peixes do Ceclimar/UFRGS e explica aparecimento do animal na orla

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Tubarão surpreendeu banhistas na beira da praia de Imbé.

Os veranistas que aproveitavam a tarde da última segunda-feira (3) na praia de Imbé foram surpreendidos pela aparição de um filhote de tubarão na beira-mar, onde centenas de banhistas curtiam um banho refrescante. O momento foi registrado em vídeo e rapidamente compartilhado nas redes sociais [veja o vídeo abaixo].

A presença do animal provocou certa correria, mas também atraiu centenas de curiosos. Um homem que estava na faixa de areia pegou o tubarão e o levou para uma área mais profunda do mar, permitindo que ele seguisse seu caminho com segurança.

O fato, registrado em imagens, chegou a levantar suspeitas sobre uma possível montagem com uso de inteligência artificial ou outro tipo de recurso. Mas é fato: um tubarão, ainda que pequeno, circulou entre banhistas na praia de Imbé.

De acordo com o professor Fábio Lameiro Rodrigues, especialista em peixes do Centro de Estudos Costeiros Limnológicos e Marinhos (Ceclimar/UFRGS), o animal provavelmente pertence ao gênero Alopias, conhecida como tubarão-raposo.

“Não é comum elas ocorrerem em região costeira, embora elas ocorram. São peixes que vão até mil metros de profundidade. Na zona costeira, elas podem aparecer principalmente nos meses mais quentes, que é quando ocorre a reprodução”, explica o especialista.

Ainda segundo Rodrigues, a presença do tubarão-raposo em áreas costeiras não é um comportamento típico. “Ele é uma espécie oceânica, ou seja, vive em alto-mar. Mas algumas condições ambientais podem fazer com que ele se aproxime da praia”, afirmou.

A aparição de tubarões em áreas mais próximas da orla não é inédita, mas eventos como esse despertam curiosidade e, por vezes, preocupação entre os frequentadores da praia. Ele ressalta que esses animais desempenham papel fundamental no equilíbrio do ecossistema marinho e, sempre que avistados, devem ser respeitados e não manipulados sem conhecimento adequado.

“Eu vi alguns vídeos das pessoas agarrando, tirando fotos, tirando d’água, isso deve ser evitado ao máximo. E sempre que se encontrar algum animal silvestre, independente da espécie, entrar em contato com os guarda-vidas ou acionar a Patram”, orienta. “Eu procurei em sites que registram encontros, ataques de tubarões, e essa espécie não tem registros, é uma espécie, relativamente, que não ataca os humanos. Mas como é um animal silvestre, a gente tem que ter toda a atenção”, finaliza.

Reportagem em vídeo

Sobre o tubarão-raposo

Conforme a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o tubarão-raposo pode chegar a quase 5 metros de comprimento. Além dos olhos grandes característicos, ele apresenta linhas fundas marcantes entre os olhos e as fendas branquiais e coloração cinza púrpura no dorso e creme no ventre, com as bordas das nadadeiras peitorais e pélvicas em tons escuros.

Atualmente encontra-se como Vulnerável pela União Internacional para Conservação da Natureza (UICN), sendo sua carne e nadadeiras altamente valorizadas para consumo humano, além de ser utilizado seu couro e o óleo de fígado, que pode ser processado para vitaminas.

Ainda conforme a universidade, esses tubarões se alimentam principalmente de pequenos peixes e também de cefalópodes, lulas e polvos, entre outros.

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