A temporada das baleias francas no Litoral Sul do Brasil está no auge e, neste domingo (11), fêmeas e filhotes foram vistos bem próximo à praia em Tramandaí. Os registros foram feitos, no turno da manhã, entre a Plataforma de Pesca e a imagem de Iemanjá e nas imediações da Avenida da Igreja, no Centro da cidade.
As imagens aéreas foram captadas do alto da Plataforma por Gabriel Gomes (@imagensGabriel). Segundo ele, era por volta das 10h30 quando pessoas que estavam no local avistaram a baleia e logo em seguida foi possível registrar com um drone as imagens da baleia junto com o filhote.
Também no fim da manhã, a professora Márcia Bueno Cabañero fotografou uma baleia acompanhada do filhote no Centro de Tramandaí. A bióloga Cariane Trigo, do Centro de Estudos Costeiros, Limnológicos e Marinhos (Ceclimar/Ufrgs), analisou as imagens a pedido do Litoral na Rede.
Segundo Cariane, as francas têm calosidade na cabeça na cabeça que podem identifica-las como se fosse uma impressão digital, mas pelas imagens não é possível confirmar se os registros em dois pontos diferentes de Tramandaí são do mesmo animal.










As baleias francas
As baleias francas são cetáceos que podem atingir mais de 17 metros de comprimento e mais de 60 toneladas nas fêmeas. Com corpo negro e arredondado, a cabeça ocupa quase um quarto do comprimento total, com destaque para a curvatura da boca, com aproximadamente 250 pares de cerdas da barbatana.
Conforme o Instituto Australis, “o borrifo das baleias francas é bastante característico, em forma de “V”, resultante do ar aquecido expelido muito rapidamente do pulmão quando da respiração, e da vaporização de pequena quantidade de água que se acumula na depressão dos dois orifícios respiratórios quando o animal emerge para respirar”.
A altura do borrifo pode chegar a atingir de 5 a 8 metros, sendo mais visível em dias frios e com pouco vento, e o som causado pela rápida expelida de ar pode ser ouvido muitas vezes a centenas de metros.
A temporada das baleias francas no Litoral do Rio Grande do Sul e Santa Catarina tem seu ápice nos meses de agosto e setembro. A bióloga Cariane Trigo, do Ceclimar, explica que esses animais migram de águas mais frias, do sul do hemisfério para terem os filhotes e fugir do inverno mais rigoroso. “Elas se alimentam lá, onde vivem a maior parte do ano e vem nessas épocas ter os filhotes no Rio Grande do Sul e Santa Catarina”, detalhou.
A caça às baleias, nas décadas de 1960 e 1970, principalmente em Santa Catarina fez com que as francas desaparecessem da costa brasileira. Cm o fim da atividade, ao longo das últimas décadas ela passaram as ser vistas com mais frequência no Litoral da Região Sul do Brasil.
“Agora a gente esta vendo muito mais baleias exatamente porque não tem mais caça há algumas décadas no nosso Litoral. Eu acho que a quantidade tende a aumentar ainda mais pra reerguer o nível populacional dessa espécie”, disse a bióloga Cariane Trigo.