UFRGS aprova criação de mestrado em Ciências do Mar

Programa de pós-graduação terá como foco a zona costeira e os oceanos, áreas estratégicas para o futuro da humanidade

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Monitoramento da orla é realizado pelo Ceclimar.  Foto: Lucas Kollet / Ceclimar / Arquivo

Um programa de pós-graduação voltado para as zonas costeiras e os oceanos como fontes de conhecimento, essa é a proposta do PPG em Ciências do Mar aprovado pelo Conselho Universitário (Consun) da UFRGS. Inicialmente em nível de mestrado, o curso segue agora para a confirmação pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).

Será a primeira qualificação nesse nível no Centro de Estudos Costeiros Limnológicos e Marinhos (Ceclimar), fundado há quase 50 anos em Imbé, no Litoral Norte.

De acordo com a comissão que propôs o mestrado, no Brasil há apenas quatro cursos ligados ao mar na área de Ciências Ambientais. A criação do PPG em Ciências do Mar é apontada como estratégica para a UFRGS e para o país, pela importância que os oceanos vêm assumindo como fonte de conhecimento, recursos e serviços para a humanidade.

“No Brasil existe, desde a década de 1980, uma grande preocupação com o conhecimento a partir dos recursos do mar e sua exploração sustentável. Isso tem sido oficializado, por exemplo, através da Política Marítima Nacional, a Política Nacional para os Recursos do Mar, a criação da Comissão Interministerial para os Recursos do Mar e do Comitê Executivo para a formação de Recursos Humanos em Ciências do Mar”, aponta o professor Haig They integrante da comissão propositora.

Segundo o docente, a criação do PPGCMar está alinhada ao objetivo 14 da Agenda 2030 da ONU, que trata da conservação e uso sustentável dos oceanos, dos mares e dos recursos marinhos para o desenvolvimento sustentável. Uma das metas apontadas nesse objetivo destaca a necessidade de “aumentar o conhecimento científico, desenvolver capacidades de pesquisa e transferir tecnologia marinha”.

“O PPGCMar possui linhas de pesquisa que atendem plenamente estes objetivos, englobando desde a pesquisa básica em biodiversidade e geodiversidade até linhas em que o conhecimento básico é aplicado ao estudo dos impactos ambientais, à criação de biotecnologia marinha, além da gestão de ambientes costeiros e marinhos”, reforça They.

Próximos passos

Após o aval do Consun, a próxima fase é a aprovação pela Capes, que depende de abertura de calendário para submissão de novas propostas de cursos. Há a expectativa de que saia o novo calendário ao longo deste ano, conforme divulgado pela própria Capes.

Não há previsão exata de intervalo entre a submissão e a autorização. Quanto a vagas, o futuro processo seletivo deve ter entre 17 e 34 vagas, e deve haver uma cota de bolsas para atender uma parte desses alunos.

As áreas de atuação serão: “Impactos ambientais e gestão marinha e costeira”, com as linhas de Gestão marinha e costeira e Impactos ambientais marinhos e costeiros; e “Biogeodiversidade marinha e costeira”, com as linhas de Biodiversidade marinha e costeira, Biotecnologia marinha e costeira e Geodiversidade marinha e costeira.

Histórico

Desde sua criação, em 1978, até 2017, o Centro não contava com corpo docente com atuação permanente, pois os docentes vinham de outros departamentos dos campi de Porto Alegre para ministrar as suas aulas no curso de Biologia Marinha e desenvolver atividades de pesquisa na região.

A mudança ocorreu nos últimos sete anos, quando foram contratados novos docentes para atuar diretamente no Ceclimar, com locação no Campus Litoral Norte. Atualmente, o Ceclimar possui 18 professores que desenvolvem suas atividades de ensino, pesquisa e extensão no local. Desse corpo de professores residentes que surgiu a proposta de criação do Programa Pós-Graduação stricto sensu.

O Ceclimar sedia o curso de Biologia Marinha, oferecendo 40 vagas anuais. Os egressos da graduação, que possui forte caráter acadêmico, geram uma demanda por cursos que lhes garantam a continuidade de sua formação, sendo que o novo PPG voltado ao ambiente marinho desenvolve uma área ainda não abrigada em outros cursos da UFRGS. São esperados estudantes de outras partes do país e de fora, em função da relevância que o tema vem ganhando.

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