
Após o anúncio da rescisão de contrato entre o Estado e a fundação que administra o Hospital Tramandaí, o Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers) anunciou que pedirá uma agenda com a titular da Secretaria Estadual de Saúde (SES), Arita Bergmann, para saber mais informações sobre a decisão e solicitar participação no grupo de transição.
De acordo com o diretor-geral do Simers, Fernando Uberti, a decisão foi tomada logo após a entidade ter conhecimento sobre o anúncio feito pelo governo gaúcho de que romperia o contrato com a Fundação Hospitalar Getúlio Vargas (FHGV) devido ao fechamento do centro obstétrico da unidade de saúde, no dia 1º de abril, e para garantir a manutenção dos serviços. O mesmo assunto será tratado com o prefeito de Tramandaí, Luiz Carlos Gauto.
“Queremos saber mais informações e acompanhar de perto como vai ser a transição da gestão, uma vez que temos o exemplo recente de Alvorada, que deixou tanto os trabalhadores como a população vulneráveis. Insegurança que refletiu nos colaboradores do Hospital Padre Jeremias, em Cachoeirinha, que passou pelo mesmo processo uma semana depois. O Simers quer o diálogo, pois defende a qualidade nas condições de trabalho para os os médicos e atendimento de qualidade aos pacientes”, destaca Uberti
A suspensão dos serviços no centro obstétrico vem mobilizando o Simers. O presidente Marcos Rovinski participou de diversas reuniões com os gestores da FHGV, que apontou a necessidade de melhorias nas condições de trabalho e vem alertando há meses a entidade sobre a precarização da assistência.
No primeiro dia do fim dos serviços, após um pedido da Fundação, o Simers reuniu os médicos para reapresentar a proposta referente aos honorários, que resultou em uma contraproposta dos médicos, incluindo uma lista de insumos e medicamentos que não poderiam faltar para garantir o atendimento adequado às gestantes.
“Sabemos a importância do Centro Obstétrico e da UTI Neonatal no Litoral Gaúcho para recebimento de gestantes e dos recém nascidos, pois a dificuldade de deslocamento destes pacientes de alto risco para a Região Metropolitana impacta em aumento na mortalidade infantil”, destaca o diretor-geral do Simers.