
O impasse entre médicos e a direção dos hospitais de Capão da Canoa e Torres (Santa Luzia e Nossa Senhora dos Navegantes) poderá provocar restrição no atendimento nas instituições dos dois municípios do Litoral Norte. Segundo o Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers), a definição foi tomada em uma assembleia dos profissionais, na noite de quarta-feira (08).
O Simers informa que houve uma alteração unilateral por parte da mantenedora, a Associação Educadora São Carlos (AESC), no prazo de pagamento aos médicos que atuam nos hospitais como pessoa jurídica, passando de 15 para 45 dias. A restrição de atendimento entrará em vigor no dia 20 de novembro, limitando o atendimento a casos de urgência e emergência, caso o pagamento da remuneração referente ao mês de outubro não ocorra conforme firmado com a AESC.
A diretora do Simers, Gabriela Schuster, relatou, durante a assembleia, sobre a reunião feita entre o sindicato e os representantes da mantenedora. “Nós compreendemos todas as questões econômicas, de fluxo de caixa e ciclo de faturamento. Mas não podemos aceitar que os serviços sejam prestados e somente depois os médicos sejam avisados sobre a intenção de um aditamento de contrato, sem acordo e impondo modificações no pagamento. Isto é um desrespeito”, afirmou Gabriela.
De acordo com a diretora, além do impasse nos vencimentos, a decisão da AESC em deixar a gestão do hospital de Torres vem gerando insegurança nos profissionais quanto ao futuro da assistência. “Estamos acompanhando de perto o tema, mas a indefinição sobre quem vai assumir a administração do hospital de Torres também tem preocupado os médicos e o Simers, pois falta pouco mais de um mês para a população do Litoral Norte quase triplicar devido ao verão e aumentar o número de atendimentos”, ressalta.
O Litoral na Rede entrou em contato com a assessoria da AESC, que informou que permanece em diálogo com o Simers. Confira a nota abaixo.
“A AESC realizou ajuste no ciclo de pagamento de contratos de fornecedores em todas as suas unidades, e o pagamento dos serviços prestados está assegurado dentro das novas datas estabelecidas. A medida visa organizar prazos de tramitação de informações entre a AESC e as empresas, e o apropriado faturamento dos serviços prestados. A instituição permanece em diálogo com o Simers”.