Sexta-feira 13: dos mitos aos preconceitos; o que representa de fato esse dia?

O Litoral na Rede entrevistou uma bruxa e uma numeróloga; elas contam como a sociedade ainda as vê com preconceito e esclarece dúvidas

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Imagem meramente ilustrativa

A sexta-feira 13 é sinônimo de azar para muitas pessoas supersticiosas. O medo de acontecer algo ruim toma conta de quem crê que neste dia as energias negativas pairam pelo ar. Chegam até desviar de gatos ou cometer crimes ao maltratá-los, que são associados ao mal, mas eles representam a vida e limpam a energia do ambiente segundo as bruxas.

Em conversa com o Litoral na Rede, a bruxa Rosália Miranda, de 68 anos de idade, que reside em Imbé, conta que o seu maior desafio é desmistificar a ideia de maldade e azar que a sociedade tem em relação às bruxas e de quem é adepto a essa corrente.

Muito conhecida no Litoral Norte, Rosália diz que a construção da péssima imagem das bruxas iniciou quando houve uma forte perseguição a partir do século XV. As mulheres que tinham autonomia em relação ao homem, praticavam o bem e lidavam com a cura, foram perseguidas por meio da ideologia patriarcal, que reina até os dias de hoje.

Outro ponto esclarecido é sobre o número 13, ligado à má sorte. Segundo Rosália, Jesus se encontrou com os seus discípulos na Última Ceia, que somados dão 13 pessoas. O episódio ficou marcado pela traição por parte de Judas Iscariotes, que levou à condenação de Jesus Cristo numa sexta-feira. Juntando o número 13 (da Ceia que teve a traição) e a sexta-feira (morte de Cristo), criou-se uma ideia fantasiosa que a sexta-feira 13 seria um dia ruim.

“A sexta-feira é um dia maravilhoso. A regência é de Vênus, o planeta que rege os relacionamentos, o amor, a beleza, a arte, a alegria… E 13 é o número no Tarot, ela [a carta] vem como morte, mas não quer dizer a morte da pessoa, mas sim o término de um ciclo e o início de outro que sempre será melhor”, afirmou a bruxa.

Esta sexta-feira 13 coincidi com o dia dos Pretos-Velhos na Umbanda, comemorado no mês de maio com a Abolição da Escravatura. “São seres amorosos do bem e da luz”, complementa.

A bruxa Rosália Miranda conta, com muita tristeza, os episódios de preconceito que sofreu desde a sua adolescência. De acordo com ela, a mídia ajudou a demonizar a imagem das bruxas, a começar pelos desenhos animados de The Walt Disney Company, quando sempre retrata essas mulheres como más e que devem ser mortas ou afastadas da sociedade.

Desde a pandemia, muitas pessoas tiveram seu lado psicológico afetado, tanto por conta do medo de morrer e/ou perder alguém próximo, até mesmo por causa da confinação em casa. Rosália diz que atende muitas pessoas depressivas e com pensamentos suicidas, ajudando-as espiritualmente.

O Litoral na Rede também entrou em contato com a numeróloga Suzana da Silva, de 31 anos de idade e moradora do Rio de Janeiro, Capital. Suzana afirma que o número 13 não é trabalhado puramente, pois usa-se números de um até nove; por conta disso, deve somar-se um mais o três, que dá quatro. “Os únicos números que têm dois dígitos e não precisam somar são o 11 e 22. Todas as outras dezenas são somadas pelos números que as compreendem”, explica.

Explicado isso, Suzana conta o que representa o número quatro na numerologia: “ele fala de estabilidade e segurança. Quando o ano pessoal é o quatro, que seria a redução do número 13, falará de um ano que não se pode fazer grandes mudanças na vida”.

Tanto no Tarot, como na bruxaria e numerologia, o número 13 não significa azar. “As bruxas são ligadas ao mal por conta de estar ligadas às feitiçarias, o que nada mais é o trabalho de poções com ervas, por exemplo, para a cura do corpo”, finalizou a numeróloga.

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