Depois de dois anos consecutivos sem a pesca artesanal do camarão-rosa na Lagoa do Peixe, a safra de 2024 marcou a retomada da atividade na Lagoa do Peixe. Neste ano, segundo estimativa da Colônia de Pescadores do Parque Nacional, foram capturadas aproximadamente 300 toneladas.
A pesca na área de preservação permanente, entre os municípios de Tavares e Mostardas, no Litoral do Rio Grande do Sul, teve início em 3 de janeiro e encerrou na última quarta-feira, 19 de junho. Nos anos de 2022 e 2023, a estiagem deixou a lagoa praticamente seca, impedindo o trabalho dos profissionais.
O presidente da Colônia de Pescadores Z11, Jair Lucrécio, disse ao Litoral na Rede que a safra de 2024 foi importante para a recuperação econômica dos trabalhadores. “Os pescadores estavam com muitas contas atrasadas por causa das secas e a pesca e a única fonte de renda e têm família para sustentar. O governo, na época, ficou de ajudar, mas ninguém recebeu nada, a não ser uma cesta básica”, lembrou Lucrécio.
O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), responsável pelo Parque Nacional da Lagoa do Peixe, realiza o acompanhamento da pesca artesanal do camarão-rosa (Farfantepenaeus paulensis). Os técnicos dos ICMBio fazem, em parceria com os pescadores, monitoramentos da biodiversidade.
Para garantir a sustentabilidade de atividade, são avaliados diversos parâmetros, que determinam a data de início e encerramento de cada safra. Entre eles estão o tamanho médio e quantidade de camarões, além de situação de outras espécies, a profundidade, salinidade e temperatura da água da lagoa.
O chefe do Parque Nacional da Lagoa do Peixe, Riti Soares dos Santos, avalia que a pesca artesanal na Unidade de Conservação, ao aliar o conhecimento tradicional ao científico, não apenas fortalece a confiança e o engajamento da comunidade local na conservação, mas também assegura que as boas práticas de captura sejam mantidas a longo prazo.
A pesca do camarão-rosa é realizada no Parque Nacional da Lagoa do Peixe por pescadores artesanais tradicionais com histórico familiar de pesca no interior da Unidade de Conservação desde antes de sua criação. Estes pescadores são atualmente beneficiários de um Termo de Compromisso que estabelece regras para o acesso, uso e manejo dos recursos pesqueiros a fim de assegurar as características socioeconômicas e culturais desse grupo social.