A Secretaria Estadual da Saúde (SES) emitiu um alerta epidemiológico após confirmação de um caso de sarampo no Rio Grande do Sul. Conforme o comunicado do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (CEVS), o paciente é morador de Porto Alegre e teve a doença diagnosticada após viagem aos Estados Unidos.
Conforme a Secretaria da Saúde da Capital, esse é o primeiro caso de sarampo confirmado na cidade em cinco anos. No RS, o último caso, também importado, havia sido notificado em janeiro de 2024, em uma criança, sem vacinação, que veio de Ásia.
O diagnóstico do paciente de Porto Alegre foi confirmado nessa quinta-feira (17). O homem de 50 anos de idade, sem comprovação vacinal, retornou de viagem aos Estados Unidos no final de março. Os primeiros sintomas surgiram no início de abril.
De acordo com as SES, os contatos domiciliares do paciente seguem monitorados quanto ao surgimento de sintomas e situação vacinal contra o sarampo. Também é realizado monitoramento de pessoas que tiveram contato com ele em outros locais, inclusive no voo de retorno à Capital. “Até o presente momento não há casos sintomáticos dentre os expostos”, informou o CEVS.
Alerta de sarampo nas Américas
Em 24 de março de 2025, a Organização Panamericana da Saúde (OPAS) classificou a Região das Américas como de alto risco devido à persistência da circulação do vírus do sarampo a partir de casos importados. Além disso, apontou que, a maioria dos países, não alcançou a cobertura vacinal recomendada, de pelo menos 95%.
Transmissão e sintomas
O sarampo é uma doença infecciosa altamente contagiosa que já foi uma das principais causas de mortalidade infantil em todo o mundo. Apesar dos avanços significativos no controle e prevenção por meio da vacinação, ainda representa um desafio para a saúde pública, especialmente em regiões com baixas taxas de imunização.
A transmissão do vírus do sarampo ocorre de pessoa a pessoa, por via aérea, ao tossir, espirrar, falar ou respirar. O sarampo é tão contagioso que uma pessoa infectada pode transmitir para 90% das pessoas próximas que não estejam imunes.
A transmissão pode ocorrer entre 6 dias antes e 4 dias após o aparecimento das manchas vermelhas pelo corpo. Além das manchas, outro sintoma é febre alta, acima de 38,5°. Eles se somam outros sintomas possíveis: tosse seca, irritação nos olhos (conjuntivite), nariz escorrendo ou entupido e mal-estar intenso.
Vacinação
No RS, a Secretaria da Saúde recomenda aos municípios que identifiquem pessoas não vacinadas ou com o esquema vacinal incompleto para realizar a proteção. O esquema de vacinação estabelecido pelo Ministério da Saúde contempla os seguintes públicos:
- Crianças de 12 meses a menores de cinco anos: primeira dose (D1) aos 12 meses com a tríplice viral e aos 15 meses (D2) com a tetraviral (ou tríplice viral + varicela monovalente).
- Pessoas de cinco a 29 anos: iniciar ou completar o esquema de duas doses da vacina tríplice viral, com intervalo mínimo de 30 dias entre elas.
- Pessoas de 30 a 59 anos: administrar uma dose de tríplice viral naquelas que não comprovarem vacinação anterior contra o sarampo.
- Trabalhadores da saúde devem receber ou comprovar duas doses de tríplice viral.
