
O Gabinete de Crise do governo do Rio Grande do Sul decidiu, nesta quarta-feira (27), acatar o pedido da Secretaria da Educação (Seduc) para que o retorno presencial às aulas se torne obrigatório aos estudantes da Educação Básica (educação infantil, ensino fundamental e ensino médio) e todas as redes de ensino (estadual, municipais e privadas).
Segundo o governo, o retorno obrigatório acontecerá desde que sejam garantidos os protocolos sanitários vigentes. Na avaliação da equipe, tendo em vista a queda das taxas de contaminação e hospitalizações e o avanço da vacinação no RS, o momento é propício para a retomada das aulas presenciais.
Em casos de excepcionalidade, como condições médicas específicas e comorbidades, será autorizada a continuidade das atividades escolares do estudante em regime remoto. O detalhamento dessas exceções será debatido entre as equipes das secretarias da Educação e Saúde e posteriormente publicadas em decreto.
“A escola não é foco de contaminação, ela reflete a condição da comunidade em que está inserida. Precisamos desse retorno pela questão pedagógica, cada dia é importante para os estudantes. Quanto mais tempo sem a escola, mais difícil é trazer os jovens de volta”, disse a secretária da Educação, Raquel Teixeira.
No fim da tarde o Palácio Piratini informou que as mudanças autorizadas deverão ser detalhadas e oficializadas pelo governo. A data de retorno obrigatório às aulas presenciais não havia sido confirmada.
“As crianças e adolescentes não estão isolados em casa. Estão interagindo e participando da sociedade. Portanto, não adianta apenas restringir a interação deles na escola. A escola é onde muitos têm acesso à alimentação e onde o processo de aprendizagem é mais efetivo. Neste momento, em que os indicadores estão estáveis, e até caindo, e que a vacinação aumenta em ritmo acelerado, os efeitos colaterais de termos um ensino fragilizado são mais graves do que a própria doença. Por isso, como nos tratamentos médicos, é preciso ajustar a dose do medicamento ao estágio da doença”, afirmou o governador Eduardo Leite, que coordenou o Gabinete de Crise.
Cpers Sindicato crítica decisão do governo
O Cpers Sindicato, que representa profissionais da rede estadual de educação, criticou a obrigatoriedade de retorno às aulas presencias. A entidade alega que muitas escolas estão em situação precária, o que impede o cumprimento dos protocolos de prevenção ao coronavírus. O Sindicato também aponta para a maior exposição de crianças de até 12 anos, que ainda não estão sendo vacinadas.
“A obrigação do retorno presencial mediante o sucateamento das escolas e a falta de RH, expõe estudantes, educadores, funcionários e comunidade ao iminente risco de contaminação pelo coronavírus” disse a presidente do CPERS, Helenir Aguiar Schürer.