“Quando a criança chorou, nós choramos junto”, conta PM que salvou bebê em Capão da Canoa

Menino de 40 dias de vida se engasgou com leite materno; pai e um vizinho pediram socorro na sede do 2º Batalhão de Policiamento em Áreas Turísticas

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O soldado Ribeiro (esquerda) ao lado dos pais e o bebê e do sargento Ribeiro. Foto: Arquivo pessoal

Após uma madrugada de plantão, o soldado Alexsandro Ribeiro da Silva, descansava no alojamento na sede do 2º Batalhão de Policiamento em Áreas Turísticas (BPAT), em Capão da Canoa, quando foi acordando por gritos de socorro, na manhã desse sábado (18). Eram dois homens pedindo ajuda para um bebê de apenas 40 dias de vida, desacordado devido a engasgamento por leite materno.

O soldado Ribeiro conseguiu salvar o bebê e contou os momentos de apreensão e emoção ao Litoral na Rede. Ele integra a Brigada Militar há 13 anos, atua desde janeiro no Litoral Norte e pela primeira vez na carreira precisou colocar em prática a manobra de Heimlich, que aprendeu no curso de formação.

O militar contou que pensou que pudesse ter ocorrido uma briga ou um assalto, mas acabou surpreendido com o que viu pela janela do alojamento.

“Vi no pátio dois homens, um deles só de cueca, e outro segurando um bebê. Desci as escadas, perguntei o que tinha acontecido e eles só pedindo socorro. O rapaz que segurava o bebê era um vizinho do pai da criança, o homem que estava de cueca era o pai da criança”, relatou.

O soldado lembra que os dois homens estavam muito assustados, tinham dificuldade de relatar o que havia acontecido com o bebê e entregaram a criança em seus braços.

“Fiz a manobra, no primeiro momento não tendo resultado. Corri para mais próximo do quartel, onde havia outro colega. Segui fazendo a manobra, quando a criança deu os primeiros choros, começou a sair uma secreção do nariz e da boca. Foi então que eu vi que ele estava voltando, então eu fiz uma sucção com a boca, onde conseguiu sugar da boca e do nariz dele o que estivesse obstruindo a respiração. Foi ali que, graças a Deus, ele voltou, chorou, abriu os olhos e chorou, chorou forte”, disse o soldado Ribeiro.

O PM recorda a sensação que tomou conta de todos quando o bebê reagiu à manobra de desobstrução das vias respiratórias.

“Da forma como o pai chegou, quando a criança chorou, ele reagiu de uma forma como se tivesse vendo a criança nascer de novo. Quando a criança chorou, nós choramos junto, eu o pai, o vizinho, o colega de que estava ali, porque não tem como não se emocionar”.

O soldado emprestou uma roupa ao pai do menino, que havia saído às pressas de casa. Uma viatura da Brigada Militar (BM) o levou, junto com o bebê, para o Hospital Santa Luzia. Após exames, o pequeno Sandro Francisco foi liberado para voltar para casa, junto com o pai Roger e a mãe Cristiane, mais uma vez com auxílio dos policiais militares.

“Tu tem que tomar uma atitude porque tu é a esperança daquelas pessoas. Deus ia me guiar, ia conduzir as minhas mãos para fazer o que é certo naquele momento. E graças a Deus, consegui fazer o procedimento correto”, finalizou  o soldado Ribeiro.

Leia também: Policiais militares salvam bebê engasgado em Torres

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