Professores de Cidreira fazem manifestação por piso salarial e confirmam paralisação a partir de terça

Categoria reivindica reajuste de 33,24% anunciado pelo Governo Federal em janeiro deste ano.

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Manifesto reuniu professores em Cidreira neste sábado (18). Foto: Divulgação

Professores da rede municipal de Cidreira promoveram uma manifestação, na manhã deste sábado (18), para reivindicar a adesão do município ao piso nacional da categoria. O ato, realizado na rótula do cruzamento da ERS-786 com a Avenida Fausto Borba Prates, antecipou uma paralisação dos profissionais, a primeira da história do município, marcada para a terça (21) e a quarta-feira (22). O Sindicato dos Servidores Municipais de Cidreira apoiou o manifesto.

Os profissionais pedem o reajuste de 33,24% anunciado pelo Governo Federal em janeiro deste ano e fazem outras reivindicações à prefeitura. Na última terça (14), uma comissão de professores procurou vereadores e o prefeito Elimar Tomaz Pacheco para uma rodada de negociações e para apresentar queixas sobre o dia a dia nas escolas municipais. A decisão pela paralisação foi ratificada após a sinalização do governo de que os vencimentos da categoria não seriam reajustados.

Natiele Bones, uma das professoras que integra o movimento, lembra que participou de uma reunião com o governo municipal em fevereiro e que o chefe do Executivo cidreirense se comprometeu a pagar, a partir de maio deste ano, o piso nacional da categoria. “Esperamos pacientemente até o fim do mês do maio, mas na folha de pagamento vimos que o prefeito não honrou com sua palavra e nem nos deu satisfação por não ter pago”, conta a professora. “Foi então que convocamos uma assembleia onde a maioria decidiu pela paralisação nos dias 21 e 22 de junho”, complementa.

A adesão à paralisação, segundo a professora, é da maioria dos professores concursados da rede municipal de ensino. Profissionais contratados teriam optado por não comparecer por medo de perderem o vínculo com o município. “Hoje tivemos participação maior dos colegas que moram aqui em Cidreira, já que a maioria vem de fora. Mas no dia da paralisação outros profissionais irão aderir”, projeta Natiele.

Conforme a categoria, o prefeito não teria aceitado negociar sob alegação de insegurança jurídica para conceder o reajuste, baseado em pareceres jurídicos emitidos pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM), pela Federação das Associações dos Municípios do Rio Grande do Sul (FAMURS) e pela Delegações de Prefeituras Municipais (DPM), que presta auxílio jurídico a municípios gaúchos.

Atualmente, um professor nível 1, classe A, recebe R$ 1.479 para trabalhar por 20 horas semanais no município.

Faltam professores, manutenção e até folhas de ofício

Além do salário considerado defasado, os integrantes do magistério queixam-se da precariedade das estruturas físicas das escolas, da falta de profissionais em algumas disciplinas e da falta de materiais de uso diário e permanentes. “Sabemos que este ano o município está recebendo mais verba para a educação. As nossas escolas não receberam manutenção nestes dois anos de pandemia, não houve preparação para o retorno das aulas presenciais, não temos materiais básicos como folhas de ofício. Falta infraestrutura e até professores”, relata Natiele.

Segundo ela, alunos da Escola Municipal de Ensino Fundamental Francisco Mendes ainda não tiveram aulas de português neste ano letivo.

O Litoral na Rede tentou contato com o prefeito Elimar Tomaz Pacheco para confirmar as informações passadas pelos professores e ouvir a posição do Executivo sobre o tema, mas até o fechamento desta reportagem não recebeu retorno.

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