Prefeitos do Litoral Norte contestam bandeira vermelha

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Prefeitos do Litoral Norte realizaram reunião virtual neste domingo. Foto: Divulgação

Os prefeitos do Litoral Norte se reuniram por mais de duas horas no fim da tarde deste domingo (21) e decidiram apresentar contestação ao governo do Estado em relação à classificação de bandeira vermelha prevista para vigorar a partir de terça-feira (23). Após a reunião virtual, o presidente da Associação do Municípios da região (Amlinorte), o prefeito de Imbé, Pierre Emerim, anunciou as medidas definidas.

Um dos argumentos dos municípios é que o governo não está considerando o aumento da população da região, estimado em 25%, desde o início da pandemia. Pelos cálculos da Associação, a vinda de veranistas para o Litoral neste período, elevou o número de pessoas de 400 mil para 600 mil.

“O Estado olha o Litoral como se nós tivéssemos 400 mil pessoas. Esse dado é de 2010, do último censo. Em razão da pandemia, no mínimo 25%, aumentou a população do Litoral Norte. É só comparar o consumo de energia elétrica dos últimos três meses com o mesmo período do ano passado. Facilmente, o estado vai identificar que a nossa argumentação é verdadeira”, afirmou Pierre.

Os prefeitos também argumentam que o governo não considerou para a classificação de risco as pessoas de outras regiões que estão internadas em hospitais do Litoral Norte.  “A primeira morte que aconteceu em Osório, por exemplo, a pessoa era de outra região do Estado. E isso eleva a nossa taxa de ocupação de leitos”, salientou o presidente da Amlinorte.

Conforme Pierre Emerim, os prefeitos também questionam os baixos investimentos na região em relação a outras áreas do Rio Grande do Sul. “Tivemos apenas 22 leitos de UTI Covid a mais do que tínhamos antes. Se comparado a investimentos em outras regiões, ele é ínfimo, desproporcional”, avaliou.

O governo analisará as contestações em relação à classificação das bandeiras anunciada no sábado (20) nesta segunda-feira (22), quando informará se o Litoral Norte seguirá na vermelha ou retornará para a laranja.

Ação judicial contra o Estado

A Amlinorte deverá ingressar com uma ação judicial contra o Estado do Rio Grande do Sul para garantir a contratação de mais leitos de UTI em hospitais públicos e privados da região. Pierre Emerim usou como exemplo os dados de ocupação do Hospital de Tramandaí, que atende diversas cidades, na noite deste domingo.

Segundo ele, a instituição está com 100% de ocupação na UTI Covid e 90% de ocupação na UTI que não é destinada a casos suspeitos e confirmados de contaminação pelo coronavírus.

A Associação encaminhará ainda uma solicitação para que os hospitais do Litoral Norte apresentem, em até 24 horas, uma prestação de contas sobre o investimento dos recursos liberados pelo governo federal a essas instituições.

Mobilização para ampliar o número de leitos

Na reunião deste domingo, os prefeitos do Litoral Norte também definiram uma ação conjunta entre as prefeituras e sociedade civil para instalação de mais 10 vagas de terapia intensiva na região. A ideia é que além de recursos públicos sejam arrecadadas doações de empresas para bancar a operação estimada entre R$ 700 mil e R$ 800 mil por mês.

“Nós vamos nos articular entre as prefeituras e fazer um pedido para que sociedade civil participe da arrecadação de recursos para implantar mais leitos”, anunciou Pierre.

 

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