Após o retorno de duas tribos as suas cidades de origem, a área ocupada por dezenas de indígenas em Imbé está sendo limpa pela prefeitura. Há colchões, sapatos, sofás, roupas, fraldas usadas e até mesmo fezes deixados pelo caminho. Os trabalhos são coordenados pela Secretaria Municipal de Limpeza Urbana (SMLU) e ocorrem às margens da ERS-786, próximo à Avenida Albatroz.
Com aval da prefeitura, a área é ocupada há anos, durante o período de verão, por integrantes de tribos caingangues que deixam os municípios de Iraí e Nonoai rumo à cidade do Litoral Norte para venda de artigos de artesanato produzidos por eles próprios.
O prefeito Ique Vedovato explicou que, ao chegarem na cidade, eles procuraram as autoridades municipais para requererem seus direitos como indígenas. Segundo ele, o governo da cidade disponibiliza uma área com toda a infraestrutura para que os indígenas tenham uma estada digna. Banheiros químicos, pontos de água e luz são ofertados gratuitamente para o bem-estar das tribos.
“É uma das entradas do município. É triste ver esse local feio, sujo, passando uma má impressão a quem chega na nossa cidade. Na hora de ir embora, sequer se despedem, deixam para a cidade somente o lixo e a sujeira produzida. Muito lixo é deixado pelos indígenas. Esse custo é absorvido pela prefeitura, que deixa de trabalhar em outras áreas da cidade”, afirmou Ique, que acompanhou o início da remoção da sujeira na manhã desta segunda-feira (19).
“Próximo do acampamento, tem uma área licenciada para descarte de lixo, que poderia ser utilizada para levar esse entulho produzido, mas é ignorada pelas tribos. Banheiros químicos também são ignorados e há grande quantidade de fezes espalhadas pelo acampamento e arredores, principalmente na praça que existe no outro lado da ERS-786, dentro da quadra de esportes e até mesmo em cima dos bancos do local”, complementa o chefe do Executivo.
À frente da SMLU, o secretário Jorginho Souza enfatiza que o município disponibiliza sacos de lixo e se coloca à disposição dos indígenas para auxiliar na organização e limpeza do acampamento quando encerra a temporada deles na cidade. A ajuda, porém, é negada pelos integrantes das tribos.
“Se eles nos procurassem, teríamos caçambas para ajudar eles a recolherem todo o lixo, mas simplesmente vão embora e deixam esse caos, essa cena feia para que a gente resolva. Seria bom que, da parte deles, houvesse cooperação. Eles sabem todos os seus direitos, são esclarecidos”, afirmou Souza.