Dezenas de estudantes do Campus Litoral Norte (CLN) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), ocuparam na manhã desta sexta-feira (10), as dependências da antiga Colônia de Férias, em Tramandaí. Em janeiro do ano passado, a administração do local, que era de responsabilidade da Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis (Prae), foi repassada para a Pró-Reitoria de Inovação e Relações Institucionais (Proir).
A Proir extinguiu a Colônia de Férias e criou um Centro de Inovação. O espaço é de 5.848 metros quadrados. Desde então, a decisão passou a ser criticada por estudantes da instituição. Integrantes do movimento estudantil que ocuparam o prédio, informaram ao Litoral na Rede, que a manifestação é pacífica. “A colônia está virando palco para empreendedorismo enquanto nós alunos não temos como pagar por aluguéis no Litoral Norte”.
Entre os estudantes que realizam o protesto, estão pessoas vindas de São Paulo, Fortaleza, Ijuí, Novo Hamburgo, Guaíba, Palmares do Sul, Porto Alegre, entre outras cidades da região, do estado e do país. “Muita gente que reside longe e tem que alugar casas aqui pela região para ficar próximo do campus. Precisamos de moradia estudantil. Precisamos de casa do estudante”, desabafou uma aluna do curso de Bacharelado Interdisciplinar em Ciência e Tecnologia.
Os estudantes afirmam que o prédio está em perfeitas condições e dizem que está sendo sucateado pela administração atual. “A colônia não é mais utilizada pelos técnicos e servidores há um bom tempo, não tem mais serventia para esse pessoal. O prédio está sendo sucateado. São 40 quartos com colchões, camas e televisores. Todos estão sendo esvaziados e esses patrimônios estão sendo colocados em depósito”, declararam.
O diretor do Campus Litoral Norte (CLN), professor Felipe Comunello, estava na reunião do Conselho Universitário da UFRGS, em Porto Alegre, quando recebeu a informação sobre a mobilização dos estudantes no Centro de Inovação, em Tramandaí. Ele salientou que a estrutura não está sob gestão do CLN e sim da Pró-Reitoria de Inovação e Relações Institucionais.
Ele destacou que, até fevereiro, alguns estudantes que tinham aulas e outras atividades periódicas no campus podiam usar o alojamento, mas que foram comunicados no primeiro dia de aula que não poderiam mais fazê-lo. “Eles ficaram sabendo de um dia para o outro que não iam poder ficar, então, essa falta de diálogo que está levando a medidas como essa, que são medidas mais drásticas da parte do estudantes”, avaliou.
O diretor disse que se manifestou sobre o assunto na reunião do Conselho Universitário. “Nós apoiamos a demanda por moradia estudantil, apoiamos a organização dos estudantes, acho que deve ser respeitada, porque eles vêm procurando fazer o diálogo, vêm procurando conversar e apoiamos o diálogo respeitoso. Solicitamos à reitora em exercício (vice-reitora Patricia Pranke), que estava conduzindo a reunião, que fosse conduzido um diálogo respeitoso e com muita sensibilidade. Solicitamos também que ela viesse a Tramandaí”, afirmou Comunello.
