Por falta de condições de trabalho, médicos plantonistas obstétricos do Hospital Tramandaí anunciam paralisação das atividades

Profissionais deixarão de atender a população a partir do dia 1° de abril

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Hospital Tramandaí. Foto: Rogério Carbonera / FHGV / Arquivo

O Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers) informou nesta segunda-feira (25) que os médicos que atuam no plantão obstétrico do Hospital Tramandaí (HT) vão suspender as atividades a partir do dia 1° de abril. A paralisação dos profissionais, segundo o órgão, foi motivada pelas péssimas condições de trabalho.

Conforme a entidade, a decisão ocorreu em uma assembleia geral extraordinária. A instituição hospitalar é administrada pela Fundação Hospitalar Getúlio Vargas (FHGV). O HT é o único hospital do Litoral Norte com Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal e é referência em Gestação de Alto Risco para os 23 municípios da região.

“Todo mundo acaba sendo prejudicado com a falta de condições mínimas de trabalho, não só os profissionais. O Simers já vinha alertando sobre a possível tomada de decisão e seguirá atuando na defesa e melhoria da categoria”, afirmou a diretora do Simers, Gabriela Schuster, ao relatar que os problemas prejudicam não somente os médicos, mas também a população atendida no hospital.

Gabriela também explica que, antes da decisão, a categoria se reuniu diversas vezes com a FHGV para apresentar as demandas dos obstetras. Dentre as principais queixas estão os atrasos nas remunerações, a falta de materiais, insumos e medicamentos e a carência de campo cirúrgico – este último fundamental para proteger os pacientes durante os procedimentos e evitar contaminações causadas por respingos de sangue e fluidos.

Por meio de um ofício, o Simers comunicou a paralisação à FHGV e relatou sobre a precariedade vivenciada pelos mais de 40 profissionais contratados para a prestação de serviços.  O documento também foi enviado ao Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) e às secretarias de Saúde do Estado e do município, além da 18ª Coordenadoria Regional da Saúde, da prefeitura e da Câmara de Vereadores de Tramandaí.

Ainda segundo o Simers, a paralisação poderá ser cancelada caso a FHGV apresente, até a data prevista para suspensão das atividades, propostas de melhorias. O Hospital Tramandaí é referência para 75 mil pessoas no Litoral Norte, incluindo moradores de Tramandaí, Balneário Pinhal, Imbé e Cidreira.

A reportagem do portal Litoral na Rede entrou em contato com a assessoria de imprensa da fundação, mas até o momento não obteve respostas. O espaço segue aberto e, caso haja retorno, a notícia será atualizada.

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