
A Polícia Civil prendeu em flagrante, nesta segunda-feira (17), quatro mulheres e dois homens, por aplicar o golpe do “bilhete premiado” em Capão da Canoa. Agentes da delegacia do município surpreenderam os estelionatários quando eles tentavam enganar mais uma vítima.
A ação foi coordenada pelo delegado Marco Swirski, titular da DP Capão da Canoa, e por André Luiz, delegado adjunto da Operação Verão. Conforme a corporação, as quatro mulheres e os dois homens já estavam sendo monitorados e investigados.
Segundo a Polícia Civil, a investigação apontou que o grupo teria causado prejuízos em várias vítimas. O montante ultrapassa R$ 300 mil.
“Os seis suspeitos foram encaminhados ao sistema prisional e responderão por estelionato e associação criminosa. As investigações continuam para identificar possíveis outras vítimas e envolvidos no esquema”, afirmou Marco Swirski. Ele também informou que foram apreendidos dinheiro, celulares e documentos falsificados com os estelionatários.
O delegado reforça os alertas para que a população desconfie de propostas que envolvam prêmios em dinheiro em que é exigido pagamento antecipado. Um dos canais de denúncias da DP de Capão da Canoa é 51 – 986080002 (WhatsApp).
Confira abaixo, como funciona o famoso golpe do “bilhete premiado”
O golpe do bilhete premiado é um tipo de fraude em que a vítima é enganada por criminosos que simulam ser ganhadores de um prêmio valioso, geralmente em uma loteria ou sorteio falso. O golpista aborda a vítima, informando que ela foi sorteada com um prêmio, mas que, para recebê-lo, será necessário fazer o pagamento de uma quantia em dinheiro ou algum tipo de “taxa” que supostamente é exigida para liberar o prêmio.
Como o golpe geralmente acontece?
- Encontro inicial: O golpista se aproxima da vítima, dizendo que ela foi sorteada em um sorteio ou que tem direito a um prêmio significativo. Para tornar a história mais convincente, o criminoso pode mostrar um bilhete ou documento falso, como um “bilhete premiado”.
- Pressão emocional: O golpista cria uma narrativa para fazer a vítima acreditar que o suposto ganhador do prêmio não consegue sacar o valor. Geralmente utilizam a figura de uma pessoa muito humilde e com “pendências” no CPF. Assim, há uma negociação para a troca do bilhete por valores que a vítima dispõe. Os golpistas criam uma situação de urgência, dizendo que a vítima precisa pagar uma taxa imediatamente para poder receber o prêmio.
Neste momento surge também uma terceira pessoa (golpista), que aparente ser uma pessoa com alto grau de instrução e demonstra interesse em comprar o bilhete. A vítima, levada pelo sentimento de que pode perder essa grande oportunidade de ficar milionária, acaba caindo no golpe e muitas vezes entrega todo patrimônio que dispõe. Em algumas vezes, pode até envolver outras pessoas que “confirmam” a história, como um falso policial ou funcionário da empresa de sorteios.
Outro método de atuação é o suposto ganhador do prêmio dizer que não pode receber o dinheiro por motivos religiosos, pois a religião não permite a prática de jogo. Há também a figura do outro golpista que surge, o qual muitas vezes se passa por corretor de imóveis ou advogado, e auxilia a verificar a “autenticidade” do bilhete, fazendo uma ligação para a Caixa Econômica, onde são atendidos por uma falsa central do Banco.
- Solicitação de pagamento: O criminoso convence a vítima a pagar uma quantia em dinheiro ou a fazer um depósito bancário para liberar o prêmio. A vítima, acreditando que o prêmio é real, acaba entregando o valor solicitado. Muitas vezes, a vítima é levada até a própria residência e convencida entregar jóias e pertences de valor.
- O desaparecimento: Após o pagamento, o golpista desaparece rapidamente, deixando a vítima sem o prêmio prometido e com o prejuízo financeiro.