Policiais civis e militares participaram de uma operação, na manhã desta terça-feira (24), contra os crime de extorsão e associação criminosa cometidos por apenados no sistema penitenciário do Rio Grande do Sul. Os alvos foram criminosos que, dentro da cadeias, praticavam o “golpes do nudes” através de redes sociais.
Agentes da Delegacia de Repressão aos Crimes Informáticos e Defraudações (DRCID), do Departamento Estadual de Investigações Criminais (DEIC), atuaram em conjunto com policiais da Brigada Militar, que integram o efetivo da Penitenciária Estadual do Jacuí, em Charqueadas.
Foram cumpridas 16 medidas cautelares, sendo sete mandados de prisão preventiva e nove mandados de busca e apreensão nas cidades de Alvorada, Canoas, Viamão, Erechim e Charqueadas.
O crime consiste no envio às vítimas de solicitações de amizade pela rede social Facebook de mulheres jovens e atraentes para homens, geralmente de meia idade. Num segundo momento, via Whatsapp, compartilham fotos íntimas, que serão utilizadas na extorsão.
A vítima passa a receber ligações dos supostos pais da menina e/ou de falsos policiais ou delegados de polícia, que o acusam de pedofilia, sob a alegação de que as fotos são de uma criança ou adolescente. Na extorsão os ditos “familiares” exigem valores para não denunciarem a vítima à polícia ou identificando-se como delegados, a exigência é para arquivar os supostos inquéritos.
A investigação partiu de informações obtidas de diversas apreensões realizadas em casas prisionais, em que os criminosos, mediante anotações em cadernos, mantinham informações de vítimas, contas bancárias, textos de roteiros sobre o que falar às vítimas, quando se passavam por policiais.
De acordo com o delegado André Lobo Anicet, a maioria dos golpes relacionados à extorsão sexual tem origem em casas prisionais, com o auxílio de outros criminosos que, fora dos presídios, recebem os valores que as vítimas pagam, seja para se livrar de suposta acusação do crime de pedofilia, seja para que a foto da vítima não seja compartilhada para familiares e amigos.
Na operação, que contou com a participação de 30 policiais civis e 35 policiais militares, foram presos preventivamente 6 investigados e apreendidos diversos cadernos com anotações sobre o golpe, telefones celulares e outros objetos. As investigações prosseguem e ao final do inquérito policial os suspeitos poderão ser indiciados pelos crimes de Extorsão e Associação Criminosa, de acordo com suas participações nos fatos apurados.
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