Polícia Civil prende criminoso que aplicava o golpe do falso aluguel no Litoral Norte

Com base em 27 ocorrências policiais, os prejuízos às vítimas são estimados em R$ 200 mil; ele foi localizado em Capão da Canoa

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Delegacia de Polícia de Capão da Canoa. Foto: Ticiano Kessler / Litoral na Rede

A Polícia Civil (PC) realizou uma forte operação para prender um homem que aplicava diversos golpes do falso aluguel no Litoral Norte. A operação, coordenada pelo delegado Marco Swirski de Sousa, ocorreu na terça-feira (28), em Capão da Canoa.

Os policiais cumpriram com êxito os três mandados autorizados pela justiça: um de prisão preventiva e dois de busca e apreensão. Outras medidas cautelares também foram adotadas, como o bloqueio das contas bancárias do investigado.

Segundo a corporação, o homem já possuía outros indiciamentos em investigações de estelionato na Delegacia de Capão da Canoa.

“Ele foi recentemente identificado como autor de diversos golpes no Litoral Norte, especialmente em Capão da Canoa, destacando-se como um dos principais responsáveis pelo golpe do falso aluguel”, afirmou a PC.

Como ele aplicava o golpe?

O investigado usava sua credencial como corretor de imóveis, além de duas empresas legalmente constituídas, para aplicar os golpes. Assim, as vítimas eram atraídas pela falsa impressão de legalidade e credibilidade que as empresas transmitiam.

O golpe consistia na oferta de falsos anúncios de imóveis para aluguel de temporada. Esses anúncios eram feitos por meio de uma plataforma bem elaborada de aluguéis criada pelo golpista.

As vítimas acessavam a plataforma e, enganadas pela aparência de legitimidade do site, realizavam as reservas e efetuavam o pagamento do sinal, geralmente metade do valor combinado.

Quando chegavam ao endereço do imóvel, percebiam que o local não existia ou não estava disponível para aluguel. Ao tentarem contato com a empresa ou com o corretor que intermediou, não conseguiam mais respostas.

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O golpista também atraía as vítimas por meio de anúncios falsos em plataformas confiáveis e com credibilidade no mercado. Este era mais um estratagema para transmitir a falsa sensação de confiança e credibilidade.

Após as vítimas efetuarem a reserva e o pagamento, elas eram procuradas por um representante da corretora de imóveis, que informava que ocorreram problemas no pagamento.

Dessa forma, o golpista induzia as vítimas a realizar a contratação diretamente com a corretora, cancelando a reserva pela plataforma de terceiros.

Nas vésperas do início da reserva do imóvel, as vítimas recebiam uma mensagem da corretora informando que a reserva havia sido cancelada por “força maior” e que o ressarcimento seria feito, o que nunca ocorria.

Modo de atuação

Para a Polícia Civil, o modo de atuação do golpista evidenciou que ele usava sua credencial de corretor de imóveis e empresas legalmente constituídas para passar uma imagem de confiança e induzir as vítimas.

O golpista nunca admitia que cometera um crime, tentando sempre alegar que os fatos eram apenas um desacordo comercial. Até o momento, identificaram-se 27 ocorrências policiais em que ele atuou no golpe do falso aluguel, com um prejuízo estimado de cerca de R$ 200 mil para as vítimas.

A corporação destaca que o criminoso também possui registros por outros tipos de golpes, todos relacionados ao mercado imobiliário.

Aspectos psicológicos

Segundo a PC, outro ponto relevante a ser destacado é a exploração dos aspectos psicológicos das vítimas.

O golpe do falso aluguel tem maior sucesso em períodos de alta demanda no setor turístico, como festas de réveillon e carnaval.

“A conversa do golpista visa passar a ideia de que há muitas pessoas interessadas no imóvel para aluguel e que, caso o pagamento não seja feito imediatamente, a oportunidade poderá ser perdida. Por meio desse artifício, o golpista tenta incutir o medo da perda de uma oportunidade na vítima, criando a sensação de urgência para o pagamento”, afirma a corporação.

Credibilidade do setor turístico

A delegada Regional Sabrina Deffente destaca que essa é uma importante ação da Polícia Civil no Litoral Norte, pois esse tipo de delito prejudica a credibilidade do setor turístico. Ela também afirmou que as investigações sobre esse golpe serão intensificadas em toda a região.

Denúncias

Colabore. Denuncie. O WhatsApp direto da Delegacia de Capão da Canoa é (51) 9 8608 0002.

 

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